CPI do MST: estreia com bate-boca e relator investigado pela PF
A sessĂ£o da CPI do MST foi marcada por confrontos e tensões entre parlamentares, com acusações mĂºtuas e debates acalorados. O embate reflete a polarizaĂ§Ă£o polĂtica e as divergĂªncias em relaĂ§Ă£o ao movimento social investigado.

Publicado em: 23/05/2023 Ă s 17:00 | Atualizado em: 23/05/2023 Ă s 17:00
Durante a sessĂ£o de apresentaĂ§Ă£o do plano de trabalho da ComissĂ£o Parlamentar de InquĂ©rito (CPI) que investiga a atuaĂ§Ă£o do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), uma acalorada discussĂ£o entre a deputada TalĂria Petrone (PSOL-RJ) e o deputado Ricardo Salles (PL-SP) chamou a atenĂ§Ă£o.
Salles Ă© o relator do colegiado e a deputada Petrone criticava a criaĂ§Ă£o da CPI, alegando que era uma tentativa de criminalizar o MST.
Em meio ao bate-boca, Salles anunciou que abrirĂ¡ um processo contra a parlamentar no Conselho de Ética da CĂ¢mara.
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Tensões e embates na CPI
AlĂ©m do confronto entre Petrone e Salles, outros momentos de tensĂ£o marcaram a sessĂ£o.
A deputada Petrone mencionou a investigaĂ§Ă£o pela PolĂcia Federal (PF) do ex-ministro do Meio Ambiente, acusando-o de envolvimento com garimpo ilegal e fraudes em mapas.
O vice-presidente da CPI, Kim Kataguiri (UniĂ£o Brasil-SP), interrompeu a fala da parlamentar citando o regimento da Casa que proĂbe referĂªncias injuriosas aos membros do Legislativo. Em resposta, Petrone argumentou que estava apenas expondo fatos.
Outro momento de tensĂ£o ocorreu quando o presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), cortou o microfone da deputada SĂ¢mia Bomfim (PSOL-SP) enquanto ela citava uma investigaĂ§Ă£o aberta contra Zucco no Supremo Tribunal Federal (STF). A deputada reclamou do corte e o presidente da comissĂ£o afirmou que nĂ£o permitiria ataques pessoais na CPI.
AlĂ©m disso, um embate entre o deputado Éder Mauro (PL-PA) e o deputado Valmir AssunĂ§Ă£o (PT-BA), ligado ao MST, tambĂ©m marcou a reuniĂ£o da CPI.
Mauro chamou o MST de “movimento de marginais” e AssunĂ§Ă£o reagiu, afirmando que nĂ£o aceitaria tal fala.
Perspectivas futuras
A CPI do MST, liderada por deputados da oposiĂ§Ă£o, promete ser um desafio para o governo, que jĂ¡ enfrenta dificuldades na relaĂ§Ă£o com parlamentares da bancada ruralista.
A primeira sessĂ£o da comissĂ£o apĂ³s a instalaĂ§Ă£o indica que haverĂ¡ trocas de acusações entre deputados da base e da oposiĂ§Ă£o durante os trabalhos.
O confronto entre os parlamentares na CPI do MST reflete a polarizaĂ§Ă£o polĂtica e as divergĂªncias em relaĂ§Ă£o ao movimento social investigado.
O embate de ideias e acusações promete marcar os prĂ³ximos encontros da comissĂ£o, enquanto os trabalhos seguem em busca de esclarecer os fatos e a atuaĂ§Ă£o do MST.
A informaĂ§Ă£o foi publicada pelos jornalistas Luiz Felipe BarbiĂ©ri e Elisa Clavery, e publicada no g1.
Foto: Pablo Valadares/CĂ¢mara dos Deputados