CGU investiga 2.163 pessoas de alta renda que receberam auxílio no AM 

Apuração inicial identificou que donos de veículos e de embarcações, doadores de campanhas e sócios de empresas são CPF suspeitos de fraudar auxílio

Governo limita crédito de novas parcelas do auxílio a R$ 600 por família

Publicado em: 22/07/2020 às 16:51 | Atualizado em: 22/07/2020 às 16:55

A Controladoria-Geral da União (CGU) no Amazonas detectou 2.163 CPF de pessoas suspeitas de fraudar auxílio emergencial. Esse número refere-se tão somente em relação a julho. 

Nesse grupo há possuidoras de patrimônio incompatível para ter direito ao benefício de ajuda contra o coronavírus (covid-19). 

As investigações iniciais apontam que há 391 donos de veículos de marcas caras. Por exemplo, Porsche, BMW, Audi, Mercedes Bens e Chevrolet Camaro e outros, de valores acima de R$ 60 mil.  

Outro grande grupo tem 401 CPF de sócios de empresas, inclusive com mais de 600 funcionários e algumas que são fornecedoras da União. 

De acordo com a CGU, também há donos de embarcações, como petroleiro, lancha, veleiro e outros. Tal grupo de fraudadores é formado por 590 CPF. 

Além disso, há 779 CPF de pessoas com domicílio fiscal fora do Brasil e duas pessoas que doaram R$ 21 mil na campanha eleitoral de 2018. 

 

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Servidores flagrados 

Conforme as investigações da controladoria, em junho já haviam sido identificados 12.608 servidores públicos, estaduais e municipais, que receberam o benefício indevidamente. 

Só para esse grupo o prejuízo aos cofres públicos foi de mais de R$ 9 milhões.  

Ressalva a CGU, entretanto, que o cruzamento de dados apenas aponta que os CPF foram usados para obter o benefício. A investigação mais apurada é que vai dizer se a fraude foi pelo portador do documento ou por alguém que usou as informações pessoais deste.  

De acordo com o órgão, todos os envolvidos estão sob investigação e as informações colhidas vão para o Ministério Público Federal (MPF). 

Como há fiscalização sobre todas as parcelas pagas do benefício, novas apurações, portanto, ainda estão em andamento, sigilosamente.  

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil