Cartas que alertavam sobre mortes no Compaj desaparecem

HOMICÍDIO

Publicado em: 09/01/2017 às 18:16 | Atualizado em: 10/01/2017 às 08:26

Atualizada às 8h25 do dia 10/01/2017

Cartas assinadas no dia 10 de dezembro por dois internos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), avisando que eles estavam marcados para morrer, desapareceram antes de chegar a dois destinatários: Ouvidoria (que não especifica de onde) e o juiz da Vara de Execuções Penais de Manaus.

Os documentos são de duas semanas antes do massacre do dia 1º de janeiro, e chegaram ao setor de protocolo da Defensoria Pública do Estado (DPE), foram anexados aos autos de um processo e despachados para o juiz de execuções penais, porém não se sabe porque as cartas não chegaram às mãos do magistrado.

O detalhe é que um dos presos, condenado a cinco anos de reclusão, estava irregularmente mantido no sistema fechado. Ele já havia cumprido mais da metade da pena e poderia estar em liberdade condicional, no regime semiaberto.

O caso será apurado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) e caiu como uma bomba nas mãos do presidente da corte, Flávio Pascarelli, que, ao reunir as primeiras informações acerca do assunto, sentenciou a interlocutores: “A Justiça falhou!”.

A portaria que vai instaurar o procedimento deverá ser publicada amanhã, apurou o BNC.

O site obteve informações exclusivas dos nomes dos presos que escreveram as cartas: Gezildo Nunes da Silva, preso por furto; e Alciney Gomes da Silva, por homicídio.

Seus nomes estão na lista dos mortos no massacre do Compaj.

 

Foto: Reprodução/Jornal Floripa