Campelo diz que ‘Capitã Cloroquina’ focou no ‘tratamento precoce’

O aplicativo Trate-Cov, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, recomendava o uso de cloroquina para o tratamento contra o novo coronavírus.

Ex-secretário de saúde

Da Redação do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 15/06/2021 às 10:38 | Atualizado em: 15/06/2021 às 12:09

O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo disse que, no dia 31 de dezembro de 2020, o governo estadual pediu socorro ao governo federal para o envio de segurança, recursos humanos e medicamentos para ajudar no combate à pandemia da covid.

Quatro dias depois, o Ministério da Saúde enviou ao estado a secretária de Gestão do Trabalho da pasta, Mayara Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, que focou sua ação na rede básica e voltada ao tratamento precoce com o uso de medicamento sem eficácia comprovada no trato da doença.

“Vimos uma ênfase da doutora Mayara em relação ao tratamento precoce e disponibilização do novo sistema Trate-Cov. A doutora deu ênfase na atenção primária de responsabilidade das prefeituras. Acabava de assumir uma nova gestão na saúde na prefeitura de Manaus com falta de medicamentos e unidades fechadas”, explicou.

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O aplicativo Trate-Cov, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, recomendava o uso de cloroquina para o tratamento contra o novo coronavírus.

De acordo com o ex-secretário, a chegada de Mayara a Manaus era para verificar as demandas, mas o que aconteceu foi uma reunião no auditório do hospital Delphina Aziz, inclusive com a participação do governador Wilson Lima (PSC), para apresentar o Trate-Cov.

Na sua fala inicial na CPI da covid, nesta terça-feira (15), Campelo foi instado pelo presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD), a concluir sua apresentação depois de 30 minutos.

Um ambiente de choro e revolta marcou ontem a saída do secretário de Saúde, Marcellus Campelo, do cargo.

Ele se reuniu com a cúpula da SES depois que entregou o cargo ao governador Wilson Lima (PSC).

Na entrada do prédio, houve muito choro e Campelo, quando reuniu com os servidores, precisou se recompor várias vezes.

O sentimento na secretaria é de que ele é vítima de injustiça. Sustentam o argumento de que o fato que motivou a prisão dele, na semana passada, pela PF, não se sustenta.

A justificativa da prisão foi de que ele teria feito contrato e pagamento ao hospital Nilton Lins.

No entanto, este ano, sustentam, na gestão dele, nunca houve contrato nem pagamentos a essa empresa

Foto: Divulgação/Secom