Brasileiro agora troca de nome direto no cartĂ³rio e sem aĂ§Ă£o judicial

O cônjuge, inclusive, pode reaver o sobrenome de solteiro mesmo mantendo-se casado. 

Brasileiro agora troca de nome direto no cartĂ³rio e sem aĂ§Ă£o judicial

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 18/12/2022 Ă s 11:36 | Atualizado em: 18/12/2022 Ă s 11:36

O brasileiro agora pode solicitar a troca de nome direto no cartĂ³rio e sem aĂ§Ă£o judicial, conforme nova lei entrou em vigor em junho, que tornou a troca de prenome e sobrenome mais simples, rĂ¡pida e barata (Lei 14.382, de 2022).

AtĂ© entĂ£o, era necessĂ¡rio que se contratasse advogado, recorrer aos tribunais, apresentar uma justificativa plausĂ­vel e aguardar a decisĂ£o do juiz; que poderia, no fim, nĂ£o autorizar a mudança de nome.

De acordo com a AgĂªncia Senado, antes da lei, a mudança sĂ³ era menos burocrĂ¡tica para pessoas cujo nome provocasse constrangimento ou contivesse erro de grafia.

Assim como para vĂ­timas e testemunhas de crimes que precisassem iniciar uma nova vida sem serem localizadas e para indivĂ­duos que quisessem adotar oficialmente um apelido notĂ³rio.

Nessas situações específicas, os juízes costumavam liberar a troca sem maiores dificuldades.

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Acabou o pesadelo

O funcionĂ¡rio pĂºblico Francisco Conte Ficho, de JaĂº (SP), enfim acabou com o pesadelo que o acompanhava desde criança.

Em outubro, aos 33 anos de idade, ele conseguiu fazer duas mudanças significativas no prĂ³prio nome. O prenome diminuiu, e o sobrenome aumentou. Antes das alterações, ele se chamava Francisco EgĂ­dio Conte.

“Quem olha de fora pode achar que essa mudança Ă© uma besteira, um detalhe ou um capricho, mas, para mim, nĂ£o Ă©”, afirma Ficho.

“O nome Ă© a sua identidade e diz quem vocĂª Ă© e a qual famĂ­lia vocĂª pertence. Esse nunca foi o meu caso. Eu nĂ£o me reconhecia naquele nome e naquele sobrenome. Isso me atormentava”, diz.

Ele nĂ£o se sentia Ă  vontade como Francisco EgĂ­dio porque seu pai, EgĂ­dio, teve um casamento curto com sua mĂ£e e pouco acompanhou seu crescimento.

Quando assinava, ele preferia abreviar ou simplesmente excluir o nome EgĂ­dio. Ao mesmo tempo, por ter sido criado exclusivamente pela mĂ£e, achava injusto carregar sĂ³ o sobrenome paterno, e nĂ£o o materno.

Para realizar o antigo sonho, Francisco Conte Ficho recorreu a uma lei federal recentemente aprovada pela CĂ¢mara e pelo Senado e sancionada pela PresidĂªncia da RepĂºblica.

O seu nome foi alterado em questĂ£o de dias. Ele decidiu emoldurar a nova certidĂ£o de nascimento e dĂ¡-la Ă  mĂ£e, Luzia Elizabete Ficho Conte. Assim que ela abriu a caixa e entendeu o que era o presente, ambos se abraçaram e caĂ­ram em lĂ¡grimas.

É tambĂ©m uma forma de demonstrar agradecimento Ă  minha mĂ£e por todo o sacrifĂ­cio que ela fez para me criar. Agora com o sobrenome materno, tenho a sensaĂ§Ă£o de que faço mais parte da vida dela — continua Ficho, que acaba de se casar.

“E fico feliz por saber que os filhos que espero em breve ter poderĂ£o ganhar o sobrenome dela”.

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Foto: AgĂªncia Brasil