Bolsonaro recorre ao STF contra toque de recolher nos estados

O presidente disse em sua live que toque de recolher decretado por governadores é estado de sítio, é abuso. E quem pode decretar é somente ele

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Publicado em: 18/03/2021 às 21:36 | Atualizado em: 19/03/2021 às 08:44

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira (18), que o governo apresentou uma ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra medidas restritivas adotadas por governadores.

Entre as medidas incluem-se toques de recolher durante o agravamento da pandemia do coronavírus (covid-19).

Segundo Bolsonaro, conforme captação do jornal O Globo, a ação foi apresentada pela Advocacia-Geral da União, mas é “supervisionada” pelo Ministério da Justiça. 

“Entramos com uma ação hoje, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, junto ao STF, exatamente buscando conter esses abusos, entre eles o mais importante é que nossa ação foi contra decreto de três governadores. Inclusive, no decreto, o cara coloca ali toque de recolher, isso é estado de sítio, que só uma pessoa pode decretar, eu”, disse o presidente durante transmissão ao vivo em suas redes sociais. 

Bolsonaro também afirmou que o governo concluiu um projeto que será enviado à Câmara definindo o que é atividade essencial na pandemia, que podem funcionar mesmo durante medidas restritivas: 

“Atividade essencial é tudo aquilo que serve para o cidadão botar o pão na mesa. Então praticamente tudo passa a ser atividade essencial”. 

Na live, Bolsonaro chamou os protestos do último final de semana a favor do governo e contra o lockdown nos estados de “uma manifestação espontânea da população”.

O presidente disse, ainda, que a democracia “não está sólida” no Brasil, o que é motivo de preocupação: 

“Muita gente apoiando o governo. Bandeiras verde e amarela, não estamos em eleições. Um movimento voluntário, do coração do povo, que pede cada vez mais que tenhamos fé no Brasil. E os poderes cada vez mais sejam harmônicos e todos produzam para o Brasil. A maior produção que nós podemos ter. A coisa mais importante é nossa liberdade e democracia, que a gente sabe, pelo que a gente vê no Brasil, não está tão sólida no Brasil. Devemos nos preocupar com isso. 

Sobre o isolamento social, o presidente afirmou que a população está dividida. Contrário à medida, o presidente disse que quem fica em casa “está de férias”. 

“Vejo que a população está dividida: uns que querem o fica em casa e outros que querem trabalhar por necessidade. Eu acho que ficar em casa é uma coisa bacana. Quem não quer ficar de férias em casa aí? Mas pouquíssimas pessoas têm poder aquisitivo para ficar sem trabalhar”, declarou.

Foto: reprodução/rede social/YouTube