Bolsonaro queria controlar partido e dinheiro, diz presidente do Patriota

Publicado em: 26/12/2017 às 02:48 | Atualizado em: 26/12/2017 às 06:59
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) desistiu de se filiar ao Patriota (futuro nome do Partido Ecológico Nacional-PEN) por não chegar a um acordo com o presidente nacional da legenda, Adilson Barroso.
Ambos tiveram um bate-boca na quarta-feira (20) da semana passada.
E teria sido o motivo da desistência do pré-candidato à Presidência da República e segundo colocado em todas as pesquisas de intenções de voto atrás de Lula.
Imediatamente após o bate-boca, Barroso (na foto, com o deputado) começou a destituir os indicados de Bolsonaro para as direções locais da legenda.
Barroso disse à reportagem que o centro da discórdia foi o pedido de Bolsonaro para presidir a legenda.
O dirigente afirmou que ofereceu o cargo logo no início da aproximação entre eles, mas que o deputado não aceitou.
“Atendi ele em tudo. Pediu cinco diretórios estaduais e dei 22. Mas a presidência, não. Senão ele controla todo o partido. E nós lutamos muito para criá-lo”, disse Barroso.
Em conversas reservadas com dirigentes do Patriota, Barroso afirmou que Bolsonaro pediu controle do fundo partidário.
A legenda recebe cerca de R$ 500 mil mensais dessa verba.
A interlocutores, Barroso disse que “só se fosse débil mental” atenderia todos os pedidos de Bolsonaro.
Ele disse ainda que, nesse momento, aceita ceder o Patriota apenas para Bolsonaro disputar a Presidência da República, sem ingerência no partido.
O pré-candidato informou, por meio de assessoria, que o PEN/Patriota está tendo problema no uso do fundo partidário e que a legenda deveria pagar as despesas das viagens que está fazendo pelo país, mas a parcela do fundo é minúscula.
A assessoria informou também que Bolsonaro está a um passo de se filiar ao PSL, sua próxima tentativa de fazer parte de um partido que o aceite como futuro candidato à Presidência.
Fonte: Gazeta do Povo
Foto: Divulgação/PEN/Patriota