Bolsonaro tira medalha que deu a médico do AM que contestou a cloroquina

Após cair em pegadinha, presidente volta atrás e torna sem efeito a medalha que concedeu ao médico que descobriu a ineficácia da cloroquina contra a covid-19

Defesa e Saúde se contradizem sobre a produção de cloroquina no país

Neuton Corrêa, do BNC AMAZONAS

Publicado em: 05/11/2021 às 14:14 | Atualizado em: 05/11/2021 às 14:15

Durou pouco mais de 24 horas a validade da Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico que o presidente Jair Bolsonaro deu ontem ao médico Marcus Vinicius Guimarães de Lacerda, da Fiocruz-AM.

Lacerda foi o primeiro pesquisador do mundo a mostrar a ineficácia da cloroquina contra a covid-19.

Ao medicamento, Bolsonaro se tornou devoto desde o começo da pandemia da covid-19.

O cientista foi agraciado com a honraria no mesmo decreto que o presidente assinou para se autocondecorar na classe grão-cruz da ciência, apesar de ser negacionista.

Ontem, após se conceder a medalha, Bolsonaro foi criticado pela autopromoção.

Mas a comunidade científica fez circular que, na verdade, o chefe da República foi alvo de uma pegadinha.

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Fizeram circular também que ele assinou o decreto, no qual também estava o nome de Marcus Lacerda, sem ter tido o cuidado de ler.

Conduto, no fim da manhã desta sexta-feira, 5, Bolsonaro assinou um novo decreto tornando sem efeito a medalha de Marcus Lacerda.

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Além do pesquisador da Fiocruz-AM, Bolsonaro também tirou a medalha que deu a Adele Schwartz Benzaken, médica formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que também se contrapôs ao negacionismo científico do atual governo.

Foto: Carolina Antunes/PR