Bolsonaro deixa 490 mil famílias amazonenses sem renda, diz PT

Os números foram obtidos por meio de um monitoramento feito pela assessoria técnica do PT no VIS Data, do Ministério do Desenvolvimento Social.

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Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 18/11/2021 às 17:56 | Atualizado em: 18/11/2021 às 18:18

Por conta da extinção do Bolsa Família e do auxílio emergencial pelo governo de Jair Bolsonaro, 490.077 famílias amazonenses ficaram sem renda. Em outubro, os dois benefícios extintos pagaram no estado 892.588 pessoas. Já neste mês, apenas 402.511 receberam o novo Auxílio Brasil.  

A maior exclusão se deu em Manaus, onde no mês passado 537.143 recebiam o auxílio. Este mês somente 129.407 estavam em condições de receber o valor médio do benefício de R$ 217,18. Na capital, o corte atingiu 407.396. 

O município de Itacoatiara vem em seguida com a exclusão de 11.669 famílias do benefício, seguido de Parintins com 9.690, Manacapuru com 8.314 e Coari com 7.909. 

O novo benefício, porém, aumentou em quantidade em 25 municípios. Lábrea, Ipixuna, Maraã e Urucurituba, por exemplo, ampliaram seus cadastros com números acima de 1.000. No caso de Lábrea, foram 2.219 famílias.

Em todo o país, cerca de 25 milhões de brasileiros ficarão sem receber a ajuda. Os números foram obtidos por meio de um monitoramento feito pela assessoria técnica do PT no VIS Data, do Ministério do Desenvolvimento Social.  

Até outubro, por exemplo, foram pagos do bolsa e do extinto auxílio 39,3 milhões pessoas. Agora, em novembro, 14,5 milhões receberam o pagamento do Auxílio Brasil, uma diferença de 24,8 milhões.  

Só em São Paulo, o estado com maior população, foram excluídos mais de 5 milhões de pessoas.  

Rio de Janeiro (2,5 milhões), Minas Gerais (2,4 milhões), Bahia (1,5 milhão), Paraná (1,4 milhão), Rio Grande do Sul (1,2 milhão), Pernambuco e Goiás (ambos com pouco mais de 1 milhão de benefícios a menos) completam o ranking da exclusão. 

O Bolsa Família durou 18 anos e possibilitou que 28 milhões de pessoas deixassem a linha da pobreza entre 2002 a 2014. Ainda sem fonte assegurada, o novo benefício tem duração até o final de 2022, isto é, um ano eleitoral.

STF 

Com base nos números, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (RS), anunciou que o partido vai ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o Bolsa Família.  

A ação deve ser protocolada semana que vem, para resguardar os interesses de milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social. “Esses dados mostram o desastre que o governo Bolsonaro representa para o país”, disse Hoffmann (foto). 

Na avaliação da ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello, o Auxílio Brasil é na verdade “a maior exclusão da história da proteção social do Brasil”, que ficará como mais uma triste marca do governo de Bolsonaro.

Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados