Bolsonaro atrapalhou coronavac, acusa Butantan na CPI
Por causa disso, o Brasil foi impedido de ser o primeiro a vacinar no mundo

Publicado em: 27/05/2021 às 12:37 | Atualizado em: 27/05/2021 às 12:37
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse à CPI da Covid no Senado nesta quinta-feira (27) que o presidente Jair Bolsonaro atrapalhou as negociações da Coronavac.
Mesmo aprovada pela Anvisa, Bolsonaro disse em outubro que não compraria a “vacina chinesa”.
Segundo Covas, essa declaração pública mudou “a perspectiva do próprio ministério”.
“Não houve mais progresso nessas tratativas até 7 de janeiro, quando o contrato foi de fato assinado”, disse.
De acordo com Covas, havia um documento em 19 de outubro em que o ministério se comprometia a incorporar a Coronavac ao Programa Nacional de Imunização.
Por ter como adversário político, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente disse também que não compraria a “vacina do Doria”. Em suma, o governo paulista tem vínculo com o Butantan.
Antes da manifestação do presidente, o Butantan chegou a fazer uma nova oferta, em 7 de outubro, de 100 milhões de doses, sendo que 45 milhões seriam produzidas até dezembro de 2020. Além disso, 15 milhões de doses seriam até fevereiro e 40 milhões até maio.
“Essa inflexão nos causou frustração, mas voltamos ao Butantan e continuamos nosso projeto. Isso não foi um impedimento, mas nos gerou dificuldades”, disse.
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Foto: Agência Senado