Alberto Neto nega bajulação aos Estados Unidos em projeto de sua autoria

A ação do parlamentar foi vista como uma apologia a um país que impõe atualmente sanções comerciais ao Brasil

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 15/08/2025 às 20:23 | Atualizado em: 15/08/2025 às 20:23

O deputado Alberto Neto (PL) se esquivou das críticas ao projeto de lei, de sua autoria, que unifica nacionalmente o número para ligação de emergência tal qual o 911 é usado nos Estados Unidos.

A ação do parlamentar foi vista como uma bajulação a um país que impõe atualmente sanções comerciais ao Brasil.

“É uma questão de narrativa, querem mudar o foco”, disse Neto, para quem o número 911 usado pelos norte-americanos é apenas um exemplo.

“A gente não pode confundir as coisas. Eu sou policial da segurança pública e muitas vezes as pessoas muito humildes têm dificuldade de saber qual o número que vai denunciar uma boca de fumo”, disse.

Para ele, é uma questão de economia e eficiência concentrar em apenas um número as ligações de emergência. “Os Estados Unidos é um exemplo, como existe em outros países, que você economiza e traz um número fácil para toda a população”, defende.

“Atualmente, o usuário é obrigado a decorar uma variedade de números: 190 para Polícia Militar, 192 para atendimento médico de emergência, 193 para bombeiros, 199 para defesa civil. São doze números ao todo”, diz a justificativa do projeto.

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Tarifaço

Quando questionado sobre o tarifaço contra o Brasil e a ação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o filho 03 de Jair Bolsonaro, admitindo que partiu dele as articulações junto a Donald Trump para as sanções contra o Brasil, Neto analisa de outra forma.

“O Eduardo Bolsonaro é um deputado federal do Brasil. Ele não tem nenhum poder nos Estados Unidos para causar esse impacto. O impacto está sendo causado pelo presidente Lula”, diz.

O deputado amazonense diz que Lula está senso usado pelas ditaduras no mundo para atacar os Estados Unidos.

“É o ataque que o Lula faz permanentemente. O Eduardo foi cobrar a violação dos direitos humanos que tem acontecido no nosso país em relação ao Alexandre Moraes [ministro do Supremo Tribunal Federal]”, afirma.

O deputado também acredita que atuação da família Bolsonaro a favor das sanções comerciais contra o Brasil, o que prejudica as empresas e os empregos no país, não terá consequência eleitoral negativa.

“O culpado disso tudo é o Lula. Ele que é o presidente, não o Bolsonaro. O Bolsonaro está com a prisão domiciliar”, lembra.

Senado

Sobre sua candidatura ao Senado, Neto diz que vai destacar seus projetos aprovados nos dois mandatos de deputado federal, falar de renovação política e criticar o governo do presidente Lula da Silva.

“Participei agora de uma campanha à Prefeitura de Manaus. Uma campanha muito acirrada, o que mostrou que estou preparado para ir para casa alta, representar bem o Amazonas”, diz.
O deputado culpa o governo federal pelos vetos ao chamado PL da Devastação que prejudicou o asfaltamento da BR-319.

“A gente tem dificuldade se a esquerda estiver no poder para estravar a economia do Amazonas. Nós temos o Estado mais rico do planeta e é um dos municípios mais pobres do mundo, isso é inaceitável”, finaliza.



Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados