Mais 11 da quadrilha da Maus Caminhos são condenados na Justiça
Moustafa novamente surge como líder da quadrilha que a operação Maus Caminhos apontou

Publicado em: 27/02/2020 às 21:03 | Atualizado em: 27/02/2020 às 22:33
O Ministério Público Federal (MPF) divulgou hoje, dia 27, que mais 11 pessoas foram condenadas por crimes apurados pela operação Maus Caminhos.
Essa condenação foi por formação de organização criminosa e obstrução da investigação. Os 11 foram denunciados em 2016 pelo MPF porque desviaram recursos da saúde do Amazonas.
Como resultado de multas, a quadrilha deverá pagar mais de R$ 3,2 milhões.
De acordo com o MPF, as penas individuais variam de 4 a 9 anos de prisão.
À exceção de Gilberto de Souza Aguiar, os demais réus poderão recorrer da sentença em liberdade. Ele foi preso antes porque violou medidas impostas para concessão de liberdade provisória.
Para a sentença, a Justiça considerou diversas situações e diálogos entre os réus que comprovam a associação criminosa. Por exemplo, atuavam de forma coordenada para superfaturar contratos e desviar recursos públicos.
Da mesma maneira, destruíram e adulteraram provas, além de atrapalhar os trabalhos de fiscalização dos órgãos de controle.
Entre os condenados estão empresários, gestores do Instituto Novos Caminhos (INC) e de unidades de saúde envolvidas no esquema.
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Ostentação de Moustafa
Como exemplo da extravagância e ostentação da organização com o dinheiro público desviado, a Justiça destacou duas situações.
Primeiro, o médico e empresário Mouhamad Moustafa distribuiu aleatoriamente R$ 100 mil na rua. Ele usou pacotes de mil reais no Natal de 2015.
Em outra situação, ele narra gastos milionários para sustentar seus familiares. Isso era com bens de alto valor, como apartamentos, lanchas e automóveis de luxo.
Conforme o MPF, Moustafa é apontado como o principal articulador da organização criminosa investigada na operação Maus Caminhos.
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Os condenados
Rodrigo Aroli, Dilson de Jesus, Pauline Campos, Euler Baumgratz, Paulo Roberto Galácio, Gilmar da Silva, Davi Flores, Gilberto Aguiar, Erhard Lange, Pablo Pereira e Márcia Alessandra do Nascimento são os condenados nesta ação da Maus Caminhos.
Os três primeiros são os apontados por tentar obstruir as investigações. Eles agiram omitindo informações e dando declarações falsas à Controladoria-Geral da União (CGU).
Por isso, as penas de prisão de Aroli, Dilson e Pauline são maiores. Respectivamente, 8, 5,9 e 9,4 anos. Para os demais, a condenação é de 4 a 8 anos de prisão.
A ação penal segue tramitando na 4ª Vara Federal do Amazonas, sob o número 5463-62.2017.4.01.3200.
Fonte: MPF/AM
Foto: Reprodução/TV (arquivo)