Vale do Javari: CMA volta a cuidar da segurança após era Bolsonaro

O assassinato por encomenda de Bruno e Dom foi a gota d’água para confirmar que o CMA era ausente na vigilância e segurança

Conflito de versões leva polícia a ouvir suspeitos de crimes no Javari

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 28/03/2023 às 11:40 | Atualizado em: 28/03/2023 às 21:21

Depois de quatro anos, o CMA (Comando Militar da Amazônia) voltou a atuar no Vale do Javari, no Amazonas. Conforme comunicado à imprensa neste dia 27, militares estão na região realizando a operação Jacuixito.

O assassinato por encomenda do servidor público Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, em junho de 2022, foi a gota d’água a confirmar que o CMA era ausente na vigilância e segurança, portanto, da garantia da soberania nacional.

O Exército participou, dessa forma, do plano de Jair Bolsonaro (PL) de deixar a Amazônia entregue à própria sorte, notadamente na tríplice fronteira com Peru e Colômbia.

Além de desmontar a estrutura de fiscalização de órgãos ligados ao meio ambiente e aos povos indígenas, o ex-presidente também agiu contra as leis socioambientais. Por exemplo, a que abriu as terras indígenas para exploração ilegal de minérios, resultando em tentativa de genocídio do povo ianomâmi, no Amazonas e Roraima.

Agora, o CMA, por meio da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tabatinga, afirmou que ações de patrulhamento no Vale do Javari estão intensificadas. Citou, por exemplo, que aeronaves estão sendo usadas na fiscalização e chegando a comunidades mais remotas, como as aldeias Paraná e Maronal. Para tanto, os militares voaram 1.188 quilômetros.

De acordo com o CMA, um dos objetivos é fazer o reconhecimento de rotas dos criminosos do tráfico de drogas, extração ilegal de madeiras, contrabando de pescado e outros crimes.

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‘Sem hora de parar’

No comunicado, o CMA afirmou que a operação Jacuixito não tem hora para acabar. Os militares ficarão no Vale do Javari enquanto a soberania do Brasil se ver atacada.

A operação é uma resposta inicial do Ministério da Defesa ao clamor das populações da região por segurança na tríplice fronteira.

O Vale do Javari, em especial, é uma área que ficou extremamente vulnerável à ação dos criminosos com o sucateamento de órgãos como Funai, Ibama e ICMBio promovido por Bolsonaro.

De acordo com o CMA, a operação atua em integração com as comunidades locais e forças de segurança pública.

Foto: Divulgação/PF