Trinta morrem no interior do AM por falta de oxigĂªnio e remoĂ§Ă£o
A defensora pĂºblica Gabriela Gonçalves apresentou as dificuldades enfrentadas no interior com falta de oxigĂªnio e a remoĂ§Ă£o de pacientes graves da Covid-19 para atendimento em leito de UTI

Gabriel Ferreira, da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas
Publicado em: 21/01/2021 Ă s 12:01 | Atualizado em: 21/01/2021 Ă s 12:03
A denĂºncia de 30 mortes de pacientes da Covid-19 no interior do Amazonas por falta de oxigĂªnio Ă© feita por defensores pĂºblicos do Amazonas ao canal de TV fechada GloboNews na manhĂ£ desta quinta (21). A porta-voz foi a defensora Gabriela Gonçalves, que atua Polo da Defensoria PĂºblica do Estado (DPE-AM) no Baixo Amazonas, com sede em Parintins.
De acordo com ela, pacientes da doença em estado grave tem sucumbido no interior por falta de atendimento de alta complexidade e remoĂ§Ă£o para unidades com a estrutura. Hoje, somente Manaus possui leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva).
Gabriela Gonçalves também disse que as remoções dos pacientes do interior tem sido feita por meio de liminar judicial.
Em relaĂ§Ă£o as mortes por asfixia e falta de remoĂ§Ă£o, a situaĂ§Ă£o Ă© a seguinte: No Hospital Regional de Coari, 7 pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigĂªnio. Na zona metropolitana de Manaus, o municĂpio de Manacapuru jĂ¡ registrou 11 mortes por falta do insumo.
Em Parintins duas morreram a espera de remoĂ§Ă£o. TefĂ© foram seis Ă³bitos por falta de remoĂ§Ă£o. Na cidade de Itacoatiara duas mortes foram especificamente por falta de oxigĂªnio. AlĂ©m disso, trĂªs mortes de pacientes que estavam aguardando leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). MauĂ©s registrou uma morte por ausĂªncia de remoĂ§Ă£o.
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Amazonas nĂ£o se resume a Manaus
AlĂ©m disso, a defensora destaca que o Amazonas nĂ£o se resume apenas a Manaus, como chegou a declarar o presidente da repĂºblica, Jair Bolsonaro (Sem partido). Com mais de 4 milhões de habitantes no estado, metade se concentra na capital, e outra metade nos 61 municĂpios do interior.
Fura Fila
Segundo Gabriela Gonçalves “hĂ¡ um descontrole” no inĂcio da vacinaĂ§Ă£o no Amazonas. De acordo com ela, “nĂ£o estĂ¡ havendo transparĂªncia”.
“HĂ¡ sim denĂºncias, de que o princĂpio da impessoalidade, que Ă© um dever da administraĂ§Ă£o pĂºblica, estĂ¡ sendo violado”, declarou.
Medidas
Conforme a defensora, uma das medidas adotadas pela DPE-AM foi uma recomendaĂ§Ă£o contra a escassez da vacina, a nĂvel municipal e estadual. O pedido Ă© de prioridade para vacinaĂ§Ă£o dos trabalhadores de saĂºde mais vulnerĂ¡veis.
Segundo ela, as medidas judiciais serĂ£o tomadas caso seja comprovada o caso de impessoalidade. Gabriela tambĂ©m declarou que “nĂ£o houve uma coordenaĂ§Ă£o, nĂ£o houve uma comunicaĂ§Ă£o do ente superior, que Ă© o MinistĂ©rio da SaĂºde”.
“EntĂ£o isso gera um efeito de cascata de desorganizaĂ§Ă£o, e possibilita que essa desordem facilite caminhos pra que esse princĂpio da impessoalidade seja violado”, disse a defensora pĂºblica.
Veja o trecho da entrevista:
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Foto: ReproduĂ§Ă£o/ VĂdeo