Amazônia tem maior informalidade do país e é dependente de auxílio

Segundo pesquisa, 6% dos domicílios na Amazônia não tiveram renda nenhuma em 2019. E apenas 7% dos mais pobres estão no setor privado formal

Auxílio

Mariane Veiga, da Redação*

Publicado em: 24/11/2020 às 14:40 | Atualizado em: 24/11/2020 às 14:43

Diagnóstico de pesquisadores do projeto Amazônia 2030 aponta que a região amazônica tem alta dependência de auxílio governamental. Além disso, tem a pior taxa de trabalho informal do país. De cada dez trabalhadores na Amazônia, seis são informais.

Como resultado, programas assistenciais, como o Bolsa-Família, e o auxílio emergencial do coronavírus têm relevante importância para o homem amazônico.

Conforme análise publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre o mercado de trabalho local, os mais pobres ocupam a maioria da informalidade.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2012 a 2020, o  a renda dos domicílios 20% mais pobres era garantida, em sua maioria, por trabalho informal e por programas sociais e auxílios governamentais (35%, ante 15% no resto do país) no ano passado. Trabalhador “informal” é quem não tem carteira assinada e não contribui para a previdência social.

Dessa maneira, apenas 7% da população mais pobre da Amazônia está empregada no setor privado formal. No restante do país, essa taxa é de 28%.

 

Militares e servidores, mais ricos

Na outra ponta da realidade amazônica estão os militares e servidores públicos. Conforme o levantamento, nos 20% de domicílios mais ricos da Amazônia são essas categorias que garantem o rendimento principal (35%). No resto do país, a renda proveniente dessas fontes entre os mais ricos cai para 23%.

Ao mesmo tempo, 6% dos domicílios na Amazônia não tiveram renda nenhuma em 2019. Esse índice é de 4% nas demais regiões.

 

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Amazônia 2030

O Amazônia 2030 tem como objetivo estabelecer um plano de ações da Amazônia para ser entregue aos candidatos à Presidência da República em 2022.

“O que percebemos é que todo mundo é muito dependente do Estado na Amazônia Legal. Apesar de todo o desmatamento e degradação, não se criou um ambiente dinâmico de atividades privadas”.

A opinião é de Juliano Assunção, diretor da Climate Policy Initiative no Brasil.

O levantamento aponta ainda que os ganhos de trabalho como um todo são inferiores na região.

No ano passado, o rendimento médio entre todos os ocupados na Amazônia foi de R$ 1.693, um valor 29% inferior à média do resto do país (R$ 2.399).

*Texto organizado a partir de informações do Estadão

 

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Foto: Fernando Rangel/Reprodução