Sobreviventes da covid tentam lotar catedral, mas padre fecha igreja
Correria para a igreja, em Parintins (AM), ocorreu depois da notícia de que a paróquia faria anúncio sobre a festa da padroeira da cidade
Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 17/06/2021 às 07:22 | Atualizado em: 17/06/2021 às 08:24
O padre Dorival Nascimento, pároco da catedral de Nossa Senhora do Carmo, em Parintins (AM), precisou ontem fechar às pressas as portas da igreja e os portões de todo o gradil que cerca o templo.
A medida foi tomada depois que notou uma correria de fiéis para o local, quando iniciava a celebração por volta do meio-dia, ontem (16).
O movimento atípico foi causado pela notícia de que naquele evento a paróquia iria apresentar o cartaz e o tema da festa do Carmo, que é padroeira da diocese e da cidade de Parintins.
Em questão de minutos, fiéis se deslocaram para a igreja com fotos, imagens da santa e com relatos de histórias comuns: rezar por amigos e parentes que morreram de covid-19 e para agradecer por terem sobrevivido à doença, na pandemia.
Fiéis que conseguiram entrar na catedral tiveram dificuldade em sentar nos bancos da igreja e foram acomodados em cadeiras plásticas no fundo do templo, que é um dos maiores da igreja católica na Amazônia.
A correria para igreja tem explicação.
A igreja católica de Parintins foi a primeira do Amazonas e fechar suas portas por causa da contaminação do novo coronavírus.
A medida foi tomada pelo bispo Dom Giuliano Frigeni no dia 17 de março, quase uma semana antes do decreto de calamidade da pandemia no Estado.
Desde então, essa demanda de devotos da santa foi reprimida.
Por exemplo, a festa da padroeira no ano passado foi realizada de forma virtual e, este ano, corre o risco de novamente ser realizada distante da imagem de Nossa Senhora do Carmo.
Esclarecimento
O padre Dorival Nascimento ligou para o BNC AMAZONAS para esclarecer que as celebrações de Nossa Senhora do Carmo acontecem todos os dias 16.
Disse também que ontem foram feitos anúncios sobre a festa da padroeira.
Sobre o fechamento dos portões, ele esclareceu que não houve ação deliberada da igreja.
O religioso explicou que a medida foi para evitar aglomerações e cumprir as regras sanitárias de distanciamento social recomendadas na pandemia.
Fotos: Hudson Lima/Koite.com.br