Sangue de grado é fonte de renda a extrativistas do rio Madeira, no Amazonas
Os municípios de Manicoré e Humaitá têm potencial para extração e comercialização da resina.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 05/08/2024 às 12:29 | Atualizado em: 05/08/2024 às 12:29
Com propriedades antiinflamatórias, cicatrizantes e antimicrobianas, o sangue de dragão, também conhecido como sangue de grado, vem sendo explorado por extrativistas do rio Madeira, no Amazonas.
O sangue de dragão é uma resina vermelha, extraída da árvore croton lechleri, muito utilizada na indústria cosmética devido aos benefícios terapêuticos que oferece.
A substância é amplamente explorada no Peru e na Colômbia, onde a árvore é abundante. No Brasil, a espécie é encontrada nos estados do Acre, Rondônia e Amazonas.
Conforme o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do do Amazonas (Idam), a extração do látex dessa árvore pode se tornar importante atividade econômica para as comunidades de Manicoré e Humaitá (a 332 e 590 quilômetros da capital, respectivamente).
Nesses municípios, há grande potencialidade a ser explorada, conforme o chefe do departamento de assistência técnica e extensão florestal do Idam, Luiz Rocha.
“Detectamos potencial em Manicoré, onde os extrativistas poderão coletar o material e vender para compradores fora do Brasil, principalmente, da Alemanha. É um produto de alto valor comercial de uso farmacêutico, comercializado por diversos países e que coloca nosso estado diante de uma nova fonte de renda para as famílias extrativistas”.
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Expectativa
É esperado que a descoberta da capacidade da região atraia os institutos científicos. Um deles é o CBA (Centro de Bionegócios da Amazônia), por exemplo, para mapear e estimar a capacidade de exploração nos municípios.
O Idam, conforme Rocha, atua na capacitação dos trabalhadores para aprimorar as técnicas com o sangue de grado, pois muitos atuam hoje na extração da copaíba.
No entanto, não foram conduzidos estudos científicos ou inventários nessas áreas até o momento. De acordo com extrativistas locais, não é possível estabelecer uma estimativa precisa da disponibilidade desses recursos, pois a falta de estudos limita o conhecimento detalhado de todo potencial. Mas esperamos que isso mude nos próximos anos para que o potencial seja plenamente conhecido e explorado, disse Rocha.
Foto: Secom/divulgação/