“Salve uma mulher da violĂªncia”, diz campanha dos direitos humanos

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Publicado em: 03/10/2019 Ă s 15:02 | Atualizado em: 03/10/2019 Ă s 15:02

O MinistĂ©rio da Mulher, da FamĂ­lia e dos Direitos Humanos (MMFDH) lançou, nesta quinta-feira (3), o projeto Salve Uma Mulher, que consistirĂ¡ em treinar servidores e empregados pĂºblicos para dar suporte a mulheres vĂ­timas de violĂªncia. Na primeira etapa do projeto, 476 mil pessoas receberĂ£o treinamento. As informações sĂ£o da AgĂªncia Brasil.

Desse total, 340 mil sĂ£o agentes do MinistĂ©rio da SaĂºde, 106 mil funcionĂ¡rios dos Correios, 30 mil conselheiros tutelares e 1.722 profissionais do quadro da Defensoria PĂºblica da UniĂ£o.

A projeĂ§Ă£o, porĂ©m, Ă© de que, em dez meses, 2 milhões de pessoas passem pela capacitaĂ§Ă£o, jĂ¡ que a expectativa Ă© que abranja profissionais de beleza e de academias esportivas e lĂ­deres religiosos.

AlĂ©m da capacitaĂ§Ă£o de funcionĂ¡rios da iniciativa privada atravĂ©s de uma plataforma EaD (estudo a distĂ¢ncia), estĂ£o previstas as criações de grupos de multiplicadores voluntĂ¡rios e grupos de apoio.

Segundo a ministra titular da pasta, Damares Alves (foto), o ensinamento abrange a identificaĂ§Ă£o de uma situaĂ§Ă£o abusiva, mas nĂ£o se resume somente a isso. Ou seja, os instrutores tambĂ©m ensinarĂ£o a orientar a buscar ajuda das autoridades competentes para garantir sua segurança.

Desse modo, os alunos terĂ£o condições de informar como se presta uma queixa contra o agressor e como a mulher agredida pode acessar serviços pĂºblicos.

“Se perguntar aqui a vocĂªs, sabem o que dizer a uma mulher quando percebem que estĂ¡ machucada? Diriam para procurar antes a delegacia, o promotor, o delegado, o IML [Instituto MĂ©dico Legal] ou para ligar para o Ligue 180 [Central de Atendimento Ă  Mulher em SituaĂ§Ă£o de ViolĂªncia]? As pessoas, Ă s vezes, nĂ£o sabem o que dizer. É exatamente para isso que vem o programa: ensinar as pessoas sobre como funciona a rede de proteĂ§Ă£o, para que divulguem e orientem mulheres vĂ­timas de violĂªncia”, disse Damares Alves.

Segundo a ministra, os instrutores do projeto, ao repassar as informações, tambĂ©m levarĂ£o em conta as especificidades de cada local.

“A rede Ă© a mesma, mas tem lugar em que nĂ£o tem delegacia [especializada no atendimento] da mulher. Tem lugar que nĂ£o tem a Defensoria PĂºblica. EntĂ£o, o treinamento vai ser dado obedecendo a especificidade de cada cidade ou regiĂ£o”.

 

EstatĂ­stica

Conforme mostra o Atlas da ViolĂªncia deste ano, a taxa de homicĂ­dio de mulheres cresceu acima da mĂ©dia nacional em 2017. Feito pelo Instituto de Pesquisa EconĂ´mica e Aplicada (Ipea) e pelo FĂ³rum Brasileiro de Segurança PĂºblica, o levantamento indica que a taxa geral de homicĂ­dios no paĂ­s aumentou 4,2% na comparaĂ§Ă£o com o ano anterior, 2016. A taxa que conta apenas as mortes de mulheres, por sua vez, cresceu 5,4%.

 

Foto: José Cruz/ABr