Queiroga deve explicar na Câmara falta de assistência em terra ianomâmi
Audiência com o ministro da Saúde ainda não tem data para acontecer. Maior reserva indígena do país sofre com surto de malária
Publicado em: 24/11/2021 às 17:00 | Atualizado em: 24/11/2021 às 17:00
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou nesta quarta-feira (24) um convite ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para esclarecer a falta de medicamentos e de atendimento médico a crianças indígenas na terra ianomâmi. No entanto, ainda não há data para o comparecimento.
Em reportagem que foi ar no dia 14, o Fantástico, da TV Globo, mostrou que a terra ianomâmi, maior reserva indígena do Brasil, sofre um colapso na saúde, com o surto de malária, desnutrição, falta de medicamentos e abandono do governo, além do avanço no garimpo ilegal na região.
Autor da proposta, o deputado Elias Vaz (PSB-GO) disse que é importante que o colegiado ouça Queiroga uma vez que a responsabilidade de cuidar da saúde da reserva é da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), ambos do Ministério da Saúde. Na apresentação do requerimento, Vaz cita a reportagem do Fantástico.
Leia mais
Governo não deixa Fiocruz dar assistência a ianomâmis doentes e abandonados
“A situação lá [na aldeia] é dramática, onde os índios têm sofrido problemas de várias naturezas e também, principalmente, a questão do tratamento de saúde, onde nós temos tratamento precário, com falta de medicamentos, e isso tem provocado mortes. É muito grave essa situação”, disse na comissão.
“É preciso que essa comissão possa trazer o ministro da Saúde a essa casa para prestar esclarecimentos e cobrar de forma efetiva uma intervenção para a gente minimizar essa situação de sofrimento que os índios yanomami estão vivendo neste momento.”
Inicialmente, o requerimento era para convocação do ministro, o que obrigaria seu comparecimento e, simbolicamente, representaria uma derrota para o governo na Casa.
Contudo, o deputado Aluisio Mendes (PSC-MA) pediu que o requerimento fosse convertido para convite.
Leia mais no G1.
Foto: Chico Batata/Reprodução/Unisinos