Plebiscito proíbe exploração de petróleo na Amazônia
O governo tem um ano para desmantelar as instalações petrolíferas no local.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 23/08/2023 às 09:58 | Atualizado em: 23/08/2023 às 10:02
Por meio de plebiscito, os equatorianos decidiram pelo fim da exploração de petróleo em uma região tida como o coração da Amazônia.
Trata-se de um dos maiores campos de petróleo do país, localizado no Parque Nacional de Yasuní.
Como informa o Ecoa/UOL, o plebiscito foi realizado, dia 20, juntamente com a votação do primeiro turno das eleições presidenciais.
Assim, com mais de 93% das urnas apuradas, 58,99% dos eleitores votaram a favor de acabar com a exploração no local considerado com um dos epicentros mundiais de biodiversidade.
Ainda segundo a reportagem, o parque Yasuní é uma reserva natural de um milhão de hectares.
Além disso, possui mais de duas mil espécies de árvores e arbustos, 204 de mamíferos, 610 de aves, 121 répteis, 150 anfíbios e mais de 250 espécies de peixes.
Então, a estatal Petroecuador extrai no local em média 55 mil barris de petróleo bruto por dia. Isso equivale a aproximadamente 11% da produção nacional.
Nesse sentido, o resultado do plebscito foi considerado como uma grande vitória do movimento ambientalista Yasunidos, um coletivo que deu impulso à consulta popular.
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Proteção
Segundo a publicação, o objetivo do grupo é garantir a proteção da região, considerada bastante sensível a possíveis derramamentos de petróleo.
Da mesma forma, ainda assim como dos povos indígenas que vivem no Parque Nacional.
Além disso, o movimento indígena, que defendeu majoritariamente o “sim” à proibição da exploração na reserva, também saiu vitorioso da votação.
Sobretudo o povo waorani, a etnia mais numerosa que no Yasuní. No Parque Nacional também vivem em isolamento voluntário os povos tagaero, taromenane e dugakaeri.
De acordo com a Corte Constitucional, que deu luz verde à realização do plebiscito, o governo tem um ano para desmantelar as instalações petrolíferas no local.
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Brasil
No Brasil, o Observatório do Clima, uma entidade que reúne 90 organizações ambientalistas brasileiras, pediu na segunda-feira, 21, que o país siga o exemplo equatoriano.
Ou seja que proíba a exploração de petróleo na Amazônia brasileira.
Dessa maneira, em nota, a entidade parabenizou a decisão histórica dos eleitores equatorianos.
Com isso, o governo brasileiro deveria se guiar por esse exemplo e “fazer a única coisa compatível com o futuro da humanidade”, diz o comunicado.
Em suma, para as ONG, isso significa deixar o petróleo no subsolo da Amazônia e assumir uma estratégia gradual de eliminação do uso dos combustíveis fósseis.
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Foto: reprodução/youtube