Falta de segurança nos rios pode desabastecer interior do Amazonas

Transportadores de cargas podem parar de navegar se responsĂ¡veis pela segurança pĂºblica nĂ£o agirem. PrejuĂ­zo Ă© milionĂ¡rio, denuncia sindicato.

rios do Amazonas

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 04/07/2022 Ă s 12:17 | Atualizado em: 04/07/2022 Ă s 12:17

Os transportadores de cargas pelos rios do Amazonas fizeram hoje (4) grave denĂºncia de falta total de segurança na navegaĂ§Ă£o. Sindicato de empresas aponta que os “piratas” se vestem como se fossem da Marinha ou da polĂ­cia, usando atĂ© giroflex (alarme luminoso), sequestram a embarcaĂ§Ă£o, fazem os tripulantes de refĂ©ns e chegam a navegar com a embarcaĂ§Ă£o durante quatro dias, sem qualquer importunaĂ§Ă£o.

A denĂºncia foi feita no programa “ManhĂ£ de NotĂ­cias”, a Ronaldo Tiradentes.

O alvo preferido dos “piratas” sĂ£o as balsas com combustĂ­veis e gĂ¡s. Dessa forma, deixam um prejuĂ­zo milionĂ¡rio para as empresas. Em dois anos, esse prejuĂ­zo chegou a R$ 40 milhões, conforme o presidente do sindicato das empresas de transporte (Sindarma), Galdino Alencar.

De acordo com Alencar, os assaltantes agem em todos os rios do estado. Todavia, nos Ăºltimos tempos, o paranĂ¡ do Mocambo, entre os portos de Itacoatiara e Parintins, no rio Amazonas, e o rio Madeira, que interliga Manaus e Porto Velho, a capital de RondĂ´nia, sĂ£o hoje os locais mais visados.

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ConsequĂªncias danosas

Como resultado da falta de segurança no Amazonas para a navegaĂ§Ă£o, duas consequĂªncias imediatas:

Em primeiro lugar, as seguradoras jĂ¡ se negam a fazer apĂ³lices para indenizaĂ§Ă£o de prejuĂ­zos. Por exemplo, para as cargas de combustĂ­veis.

Desabastecimento Ă© outra decorrĂªncia que pode afetar fortemente o interior do Amazonas. E tambĂ©m municĂ­pios de estados vizinhos como ParĂ¡, Roraima, RondĂ´nia e Acre.

Por causa disso, as empresas jĂ¡ enfrentam dificuldade de embarcar a tripulaĂ§Ă£o. Muitos marĂ­timos se negam a fazer o trabalho em certos destinos.

Alencar afirmou que todo esse cenĂ¡rio preocupante jĂ¡ Ă© de conhecimento da Marinha e da segurança pĂºblica do Amazonas hĂ¡ muito tempo. InĂºmeras reuniões com essas autoridades jĂ¡ foram feitas, mas a aĂ§Ă£o dos “piratas” continua e crescendo.

Conforme o sindicalista, operações pontuais nĂ£o resolvem e pioram a vida dos transportadores. Nos intervalos entre as operações, que geralmente sĂ£o de quatro meses, os “piratas” ficam mais violentos e vingativos. Dessa maneira, agem com retaliaĂ§Ă£o contra a tripulaĂ§Ă£o, causando mutilações diversas.

De acordo com Alencar, o transporte de carga pelos rios do Amazonas estĂ¡ refĂ©m da falta de segurança. Ele cita uma dificuldade adicional: para fazer o BO (boletim de ocorrĂªncia) do assalto, sĂ³ depois de dois a trĂªs dias de viagem no rio Madeira, por exemplo.

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ParalisaĂ§Ă£o e desabastecimento

Como resultado desse cenĂ¡rio ruim, os transportadores podem parar os serviços. Para isso, dĂ£o o prazo de dez dias para providĂªncias das autoridades responsĂ¡veis pela segurança.

Para as empresas, a instalaĂ§Ă£o de bases de vigilĂ¢ncia na orla de Manaus, entre Itacoatiara e Parintins e no rio Madeira jĂ¡ vai inibir a atuaĂ§Ă£o dos assaltantes.

Foto: reproduĂ§Ă£o/Sindarma