Para Nobel da Economia, não faz sentido explorar petróleo na Amazônia

Economista Nobel, Joseph Stiglitz, alerta para os riscos econômicos e ambientais da exploração de petróleo na Amazônia e destaca a importância da tributação progressiva na agenda econômica de Fernando Haddad.

Publicado em: 15/09/2023 às 10:14 | Atualizado em: 15/09/2023 às 10:14

Investigar a presença de petróleo na Amazônia é um erro econômico, afirma o economista Joseph Stiglitz, Nobel de Economia de 2001, durante entrevista ao portal Metrópoles.

Ele ressalta que a Petrobrás busca uma pesquisa incerta sobre petróleo em um momento em que o mundo se encaminha para a neutralidade de carbono até 2050 ou 2060.

Stiglitz também elogia a política econômica conduzida por Fernando Haddad, mencionando a tributação progressiva.

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No entanto, ele expressa preocupação com o alto custo de capital e a necessidade de um mercado financeiro mais equilibrado no Brasil.

Sobre a inteligência artificial, Stiglitz ressalta que a disrupção no mercado de trabalho pode agravar a desigualdade social. Ele destaca a importância de direcionar a inovação para proteger o meio ambiente.

Erro Econômico e Ambiental

Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, expressa sérias preocupações com a pesquisa de petróleo na Amazônia, descrevendo-a não apenas como um risco ambiental, mas também como um grave erro econômico. Ele questiona a lógica da Petrobrás em investir em uma exploração incerta de petróleo quando o mundo está caminhando para um futuro inevitável de carbono neutro, provavelmente entre 2050 e 2060.

Futuro é o carbono neutro

Stiglitz lança luz sobre o conceito de um futuro carbono neutro, apontando para além das datas mencionadas, e ressalta como isso afeta as decisões de investimento na indústria de petróleo. Ele argumenta que em um cenário onde a transição energética é iminente, investir em campos petrolíferos de longo prazo, como a pesquisa na Amazônia, pode resultar em ativos ociosos e custos significativos, que, em última análise, recairiam sobre a sociedade.

Elogios

O economista Nobel destaca a abordagem econômica do ministro Fernando Haddad como excelente, especialmente em relação à tributação progressiva, que visa os super-ricos. Ele acredita que essa medida é crucial para combater a desigualdade e criar uma economia mais dinâmica e justa.

Desafios

Stiglitz ressalta a dificuldade econômica que o Brasil enfrenta devido às altas taxas de juros, enfatizando que a competitividade do país é comprometida quando o custo de capital é excessivamente elevado. Ele argumenta a favor de instituições como o BNDES, salientando seu papel fundamental no financiamento de empreendimentos de sucesso e no desenvolvimento de setores como a energia renovável.

Impacto da IA

O economista exprime preocupação com as consequências da inteligência artificial no mercado de trabalho. Ele discute como a automação pode destruir empregos de baixa qualificação, aumentando a desigualdade e dificultando a redistribuição de renda.

Inovação

Stiglitz destaca a importância de orientar a inovação em direção à proteção ambiental. Ele enfatiza que investir em tecnologias e políticas que salvaguardem o planeta é essencial para enfrentar os desafios das mudanças climáticas globais.

Foto: reprodução