Pecuaristas do sul do AM cobram solução ao gado de terra embargada
Ibama notifica e faz operação na região para retirar gado criado em área proibida

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 30/03/2023 às 19:00 | Atualizado em: 30/03/2023 às 19:00
A reunião que a direção do Ibama faria nesta quinta-feira (30), com os prefeitos e fazendeiros do sul do Amazonas, para discutir a situação do gado em áreas embargadas e apreensão dos animais, foi cancelada pelo órgão. Eles se queixam que não tiveram qualquer explicação.
Mesmo assim, os prefeitos de Humaitá, Apuí e Lábrea – Dedei Lobo, Marcos Lise e Gean Campos, respectivamente – assim como o secretário de agricultura de Manicoré, Paulo Ferreira, e vereadores desses municípios resolveram promover o encontro sem a presença do superintendente Joel Araújo Filho.
O Ibama está fazendo notificações aos pecuaristas da calha do rio Madeira, determinando a retirada, em cinco dias, do rebanho bovino, estimado em 500 mil cabeças, que está localizado em todas as áreas embargadas nas fazendas do sul do Amazonas.
Apesar da ausência do instituto de meio ambiente, os prefeitos, vereadores e pecuaristas tomaram uma posição. Na “Carta de Humaitá”, afirmam que a intenção é estabelecer uma ponte de diálogo entre as autoridades federais, estaduais e municipais.
Fim das ameaças
“Queremos promover esse diálogo para sustar a ameaça contra a região sul do estado do Amazonas que, além de atingir famílias e os munícipes, afeta de forma significativa o setor econômico da região, causando um verdadeiro caos em todos os sentidos”, dizem.
As autoridades e pecuaristas dos cinco municípios esperam ainda que o Ibama agilize e crie soluções rápidas para regularização fundiária das áreas embargadas, além da implementação do zoneamento da região.
Negociação à vista
Apesar da ausência dos dirigentes do Ibama, os prefeitos e fazendeiros conseguiram conversar, por telefone, com Araújo Filho.
Dessa forma, ficou esclarecido e acordado que o rebanho do gado deverá ser retirado apenas das áreas embargadas. Caso a propriedade tenha uma área maior e sem impedimentos, os animais poderão ser transferidos para ela.
Além disso, os signatários da “Carta de Humaitá” resolveram encaminhar ofício à superintendência do Ibama no Amazonas pedindo ampliação do prazo de 5 para 30 dias das notificações já expedidas.
Leia mais
Sul do Amazonas: Ibama faz operação contra gado em área embargada
Fotomontagem: BNC Amazonas/divulgação