Mourão diz que dados sobre garimpo em terras ianomâmis são inflados
Vice-presidente afirma que 3 mil garimpeiros estão na região e defende regularização do garimpo em terras indígenas

Publicado em: 19/11/2021 às 14:02 | Atualizado em: 21/11/2021 às 22:17
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta quinta-feira (18) que a exploração mineral ilegal em terras Yanomami é um problema “recorrente”, mas tem “números inflados”.
Segundo Mourão, o governo estima ter entre 3 mil e 3,5 mil garimpeiros na região atrás de ouro. Para ele, o número é “muito grande” comparado aos indígenas.
“Termina por ser recorrente esse assunto. Em termos de desintrusão de garimpeiro, que eu me recordo, a gente já fez umas 3 ou 4 vezes [operações] lá. Aí existem números um tanto quanto inflados, né? Porque colocam que tem 20 mil garimpeiros lá, é o dado que circula”, disse em conversa com jornalistas na saída do Palácio do Planalto.
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O vice-presidente afirma que seria necessária mais atividade de transporte de alimentos na região caso 20 mil garimpeiros atuassem de fato na região.
“Se tivesse 20 mil garimpeiros, precisava de 6 toneladas de arroz por dia para alimentar esse povo. Então, seria um enorme transporte sendo realizado. A nossa estimativa é que tem entre 3 mil e 3.500, que já é um número muito grande considerando que tem em torno de 25 mil indígenas em toda a terra”, declarou.
No entanto, para o vice-presidente, a situação dos indígenas Yanomamis é “complicada” e a solução passa pela regularização do garimpo em terras indígenas.
“Tem que regulamentar a questão da exploração mineral em terra indígena. A Constituição prevê isso e enquanto não se regulamentar vai continuar esse eterno jogo de gato e rato. É uma realidade”, afirmou.
Desse modo, em fevereiro do ano passado, o governo enviou um projeto (PL 191/2020) ao Congresso que permite a exploração de recursos minerais e hídricos, em terras indígenas.
Entretanto, a proposta enfrenta resistência entre os congressistas e é criticada por organizações ambientais.
Mourão afirmou ainda que não há consenso entre os povos indígenas sobre a exploração.
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Foto: Romério Cunha/PR