Mocambo faz duas décadas de festival da tradição e identidade amazônica
Madeira e cipós da floresta são insumos das alegorias folclóricas.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 22/07/2025 às 09:44 | Atualizado em: 22/07/2025 às 09:47
Mocambo do Arari, agrovila de Parintins, promove há duas décadas o festival folclórico da tradição e identidade amazônica. Uma história que se transmite de geração em geração.
No festival, as alegorias são confeccionadas à moda antiga, utilizando madeira, cipó, bambu e moldadas pelas mãos experientes de moradores da comunidade.


Dessa forma, as agremiações locais encantam ao apresentar grandes e elaboradas alegorias construídas com materiais retirados diretamente da floresta.
Assim, é essa conexão profunda com a natureza que torna o festival único, transformando elementos naturais em obras de arte, que celebram a identidade e o talento dos artesãos mocambenses.
“Já são 20 anos de festival em madeira. Trabalhamos há muito tempo somente com esses materiais: madeira, cipó, pau caboclo, bambu, tudo na base da madeira mesmo. Minha família é fundadora do boi, então, é um orgulho enorme estar construindo isso aqui. Veio desde o meu pai e agora está comigo”, disse Júlio Cardoso, responsável pelas alegorias do boi Touro Branco, emocionado ao falar sobre seu legado.
Entre costuras e detalhes delicados, Analice Teixeira, costureira e filha de um dos donos do pássaro Jaçanã, expressa sua gratidão e alegria ao ver seu trabalho reconhecido no festival.
“Me sinto muito feliz e grata a Deus por ter me dado essa inteligência para costurar. É uma honra ver o nosso pássaro, a costura que faço, sendo elogiada. Isso me enche de felicidade”, conta satisfeita.
Para Edvaldo Baruca, presidente do Boi Espalha Emoção, paixão e dedicação são os combustíveis diários.
“A paixão vem de dentro mesmo. É uma paixão pela administração. Jogamos essa paixão para a gestão do grupo, dia e noite, sem dormir, pensando no que fazer para que tudo dê certo na arena”, revela.
Ao mesmo tempo, a tradição também se renova nas quadrilhas juninas, que ganham espaço para atrair os jovens para a cultura local.
“Estamos investindo em levar algo diferente para a arena. Nossos coreógrafos estão inovando, fazendo um trabalho sério e bem encaixado para que fique algo bem legal. Dançar quadrilha representa cultura, lazer e uma forma de trazer os jovens para o caminho da cultura”, ressalta Eldermiro Souza, vice-presidente da quadrilha Namorando no Arraiá.
Nesse sentido, mais do que um evento festivo, o Festival do Mocambo do Arari é uma importante expressão cultural e social para a cidade e para o Amazonas.
Portanto, por meio da valorização das tradições locais e do envolvimento das comunidades da zona rural, o festival contribui para preservar a identidade regional. Com isso, fortalece a economia criativa e promover a inclusão social.
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Fotos: Yuri Pinheiro/Secom