MinidocumentĂ¡rio narra como pandemia ‘aprisionou’ estudante indĂgena em Parintins
A produĂ§Ă£o audiovisual apresenta o relato da acadĂªmica de Jornalismo, Emilli Marolix, que devido a primeira onda da covid-19, ficou sete meses sem conseguiu retornar para sua casa, em Benjamim Constant

Gabriel Ferreira, da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas
Publicado em: 31/03/2021 Ă s 12:11 | Atualizado em: 31/03/2021 Ă s 12:16
Com duraĂ§Ă£o de 3 minutos e 6 segundos, o minidocumentĂ¡rio “Agonia indĂgena na Covid-19” retrata como a primeira onda da pandemia ‘aprisionou’ a acadĂªmica do 2º perĂodo de Jornalismo, Emilii Marolix, 18, por sete meses no municĂpio de Parintins, distante de Manaus a 370 quilĂ´metros em linha reta. A princĂpio, esta produĂ§Ă£o audiovisual faz parte do projeto ‘AmazĂ´nia Ribeirinha’, coordenado pela professora Dra. Soriany Neves, titular do curso de ComunicaĂ§Ă£o Social-Jornalismo, da Ufam-Parintins.
Pertencente a etnia Tikuna, Emilii Ă© natural da comunidade de FiladĂ©lpia. Esta, portanto, estĂ¡ situada na zona rural do municĂpio de Benjamim Constant. Em vĂdeo gravado no celular, a estudante conta no minidocumentĂ¡rio a sensaĂ§Ă£o de ter ficado longe de casa e nĂ£o poder retornar.
“Pra nĂ³s foi terrĂvel, estar passando por isso, longe de quem amamos, parecia filme de terror”, conta a estudante que durante esse perĂodo esteve morando junto com a irmĂ£ mais velha, Lillian Cristiane.
Conforme relato da estudante, “quando surgiu o primeiro caso em Parintins, nĂ³s nĂ£o podĂamos voltar pra nossa cidade, porque as embarcações jĂ¡ nĂ£o estavam mais funcionando”. A primeira confirmaĂ§Ă£o de infectado pelo vĂrus no municĂpio, ocorreu em 22 de março, sendo o primeiro do interior do Amazonas.
AlĂ©m de nĂ£o haver possibilidade de viajar, devido decreto estadual, que proibia viagens fluviais no estado, Emily apresenta outro fator negativo diante do cenĂ¡rio na Ă©poca. “A viagem duraria entorno de 1 semana e meia, atĂ© chegarmos a nossa cidade”. Em suma, a distĂ¢ncia entre Parintins e Benjamim Constante Ă© de 2.231 quilĂ´metros.
A perda do avĂ´
Durante o perĂodo em que nĂ£o pode retornar para casa, Emilii Marolix perdeu o avĂ´ Alzelhares Flores, vĂtima da Covid-19. Ele era um dos lĂderes mais influentes da etnia Tikuna.
De acordo com o minidocumentĂ¡rio, o lĂder indĂgena era sobrevivente do massacre dos Tikunas ocorrido em 1988, na Boca do Capacete em Benjamim Constant.
“Um dia vocĂª vai voltar pra sua casa e nĂ£o vai ver mais aquela pessoa. E essa sensaĂ§Ă£o Ă© horrĂvel, e isso acabou comigo. Eu sĂ³ queria voltar pra casa”, desabafa Emilli.
A volta aos estudos
Em dezembro do ano passado, a acadĂªmica de Jornalismo retornou a Parintins, junto a irmĂ£, para continuar os estudos na universidade.
Assista ao minidocumentĂ¡rio:
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Foto: ReproduĂ§Ă£o/ VĂdeo