Mayara quer aprovar método Wolbachia contra dengue

Proposta, que tramita na Assembleia Legislativa, poderĂ¡ reduzir os casos de arboviroses que chegam a 15.401 entre janeiro e março

Mayara quer aprovar método Wolbachia contra dengue

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 13/03/2024 Ă s 17:30 | Atualizado em: 13/03/2024 Ă s 17:32

Diante do aumento de casos de arboviroses no estado do Amazonas, a deputada estadual Dra Mayara Pinheiro Reis (Republicanos) pediu urgĂªncia na tramitaĂ§Ă£o e aprovaĂ§Ă£o do projeto de lei nº 104/2024, de sua autoria, que prevĂª a implantaĂ§Ă£o do mĂ©todo Wolbachia.

A Wolbachia Ă© uma bactĂ©ria presente em cerca de 50% dos insetos, mas que nĂ£o estĂ¡ presente no aedes aegypti.

Desse modo, o sistema inovador tem sido uma ferramenta importante no combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e outras arboviroses.

Assim, o pedido da deputada Mayara ocorreu durante discurso no plenĂ¡rio da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) nesta terça-feira (12).

A parlamentar destacou a inovaĂ§Ă£o do mĂ©todo Wolbachia que estĂ¡ em utilizaĂ§Ă£o em vĂ¡rias cidades brasileiras. Para ela, os resultados do mĂ©todo em outros estados demonstram a eficĂ¡cia no controle e reduĂ§Ă£o de casos de dengue e outras arboviroses.

Precisamos acompanhar a ciĂªncia e implementar ações eficazes aqui no estado para controlar e reduzir casos de arboviroses, como Ă© o caso deste mĂ©todo. Por exemplo, em NiterĂ³i (RJ), uma cidade 100% de proteĂ§Ă£o pelo mĂ©todo Wolbachia, 75% dos casos de dengue tiveram reduĂ§Ă£o. Outros estados jĂ¡ se planejam para implantaĂ§Ă£o e o Amazonas pode fazer parte deste grupo pioneiro, afirmou Mayara Reis.

O método

Na prĂ¡tica, o procedimento consiste em liberar insetos com a Wolbachia na natureza para que eles se reproduzam com os aedes aegypti locais, estabelecendo assim uma populaĂ§Ă£o nova destes mosquitos.

Esses, jĂ¡ impregnados com a com bactĂ©ria Wolbachia sĂ£o incapazes de desenvolver e transmitir nĂ£o somente o vĂ­rus da dengue, mas tambĂ©m o vĂ­rus da zika, oropouche, chikungunya e febre amarela.

O mĂ©todo, tem origem na AustrĂ¡lia. No Brasil, Ă© conduzido pela FundaĂ§Ă£o Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do MinistĂ©rio da SaĂºde em parceria com governos locais.

As cidades incluĂ­das na pesquisa sĂ£o NiterĂ³i e Rio de Janeiro capital (RJ), Campo Grande (MS), Petrolina (PE), e Belo Horizonte (MG).  Outros 6 municĂ­pios serĂ£o contemplados este ano, Natal (RN), UberlĂ¢ndia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).

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Segundo dados da FundaĂ§Ă£o de VigilĂ¢ncia em SaĂºde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), de janeiro atĂ© 07 de março foram notificados 15.401 casos de arboviroses, sendo confirmados 2.595 para dengue, 7 para Chikungunya, 14 para Zika, 1.809 para Febre Oropouche e 10 casos de Febre Mayaro.

Os municĂ­pios com maiores casos notificados de arboviroses sĂ£o Manaus (6.085), TefĂ© (869), Manacapuru (854), Coari (655), LĂ¡brea (654), Carauari (652), Iranduba (545), Tonantins (404), Envira (351) e Presidente Figueiredo (282).

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