Mais de 500 dragas são flagradas no rio Madeira entre AM e RO
Equipe comandada por pesquisador, identificou diversas embarcações, muitas delas próximas a terras indígenas e unidades de conservação.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 27/07/2025 às 07:57 | Atualizado em: 27/07/2025 às 07:59
Entre estados de Amazonas e Rondônia, mais de 500 dragas foram flagradas no rio Madeira durante um sobrevoo realizado na região.
Conforme o g1, em reportagem divulgada neste sábado (27), as imagens mostram centenas de embarcações alinhadas ao longo do leito do rio, usadas para mineração ilegal.
Trata-se de uma missão do pesquisador Nilo D’Ávila, do Greenpeace Brasil, que mapeia a presença de garimpos ilegais na região.
De acordo com o estudioso, o monitoramento da área começou em janeiro, com uso de imagens de satélite.
“O sistema agora está maduro, e a gente optou pra fazer esse primeiro sobrevoo, pra nos ajudar com a visualização, além das imagens de alta resolução, entender como é que funciona mesmo, dentro dos rios, a dinâmica do funcionamento dessas balsas”, explica D’Ávila.
Dessa forma, durante o sobrevoo, a equipe identificou diversas embarcações, muitas delas próximas a terras indígenas e unidades de conservação.
Além disso, em um dos pontos, foi registrada extração de ouro ao lado da Reserva e da Estação Ecológica do Cuniã.
Da mesma forma, em outra área, cerca de 48 dragas estavam agrupadas, formando um verdadeiro paredão no meio do rio, o que compromete a navegação.
Segundo o pesquisador Nilo D’Ávila, além dos impactos ambientais, o garimpo ilegal traz prejuízos sociais, riscos à saúde e ameaça quem depende do rio como principal meio de transporte.
“É um perigo também para a navegação. A gente chegou a observar um ‘recreio’ que transporta pessoas, um navio de transporte de pessoas no Amazonas, teve que fazer um desvio, porque o canal estava bloqueado por um aglomerado chamado regionalmente de ‘fofoca’ de balsas”, alerta Nilo.
Como resultado, durante as quatro horas de sobrevoo no rio Madeira, entre Porto Velho e o município de Novo Aripuanã, no Amazonas, em uma faixa de 842 quilômetros, a equipe identificou cerca de 543 dragas atuando na extração ilegal de ouro. A
Portanto, após a coleta e mapeamento dessas dragas, o Greenpeace Brasil deve formalizar uma denúncia às autoridades sobre a ação ilegal.
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Foto: arquivo/Bruno Kelly/Greenpeace