Lula volta com Bolsa-Verde para gerar renda ao habitante da Amazônia

Anúncio foi do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que disse que o governo vai tirar o país do mapa da fome.

Lula volta com Bolsa-Verde para gerar renda ao habitante da Amazônia

Antônio Paulo , do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 20/09/2023 às 16:18 | Atualizado em: 21/09/2023 às 06:09

O governo do presidente Lula da Silva vai retornar com o programa Bolsa-Verde da Amazônia para gerar renda aos povos da floresta.

Esse programa socioambiental tem semelhança com o Bolsa-Floresta, criado em 2007 no Amazonas.

Quatro anos depois, em 2011, foi introduzido na gestão Dilma Rousseff.

Os programas, estadual e federal, eram uma remuneração adicional em função da proteção das florestas.

Eram, portanto, programas de pagamento por serviços ambientais.

Atualmente, no governo de Wilson Lima, no Amazonas, chama-se Guardiões da Floresta.

Quem anunciou a volta do Bolsa-Verde, nesta quarta-feira (20), foi o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.

Em entrevista a emissoras de rádio, também prometeu tirar novamente o Brasil do mapa da fome.

A Rede Tiradentes e o BNC Amazonas participaram do programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).

“A gente vai trabalhar a chamada Bolsa-Verde da Amazônia’, onde o objetivo é garantir uma consciência ambiental. Por outro lado, garantir renda aos povos da floresta”, disse o ministro.

Leia mais

Governo Lula recebe sugestões para plano contra desmatamento

Responsabilidade ambiental

Segundo Dias, para desenvolver o programa, o ministério vai trabalhar em conjunto com outras pastas, como, por exemplo, do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e integrado à Sudam.

Além de parceria com os governos estaduais, os municípios e entidades sociais, conforme ele.

É possível produzir riqueza sem se desprezar a responsabilidade ambiental. Vou dar exemplos práticos: em parceria com a Coca-Cola, a produção do guaraná por mulheres da Amazônia, que têm a compra direta e com isso passam a ter renda. Com isso, também, a recuperação de áreas degradadas com o guaraná, com açaí, castanha, com cupuaçu, enfim.

Na avaliação do ministro, a ação garante a recuperação da floresta e do outro lado se tem produção agrícola e de alimentos.

Além disso, o ministério vai aportar recursos em um Pronaf especial. O programa de agricultura familiar terá taxas de 0,5% ao ano e quem pagar em dia o financiamento terá desconto de 40%.

“A gente libera, a fundo perdido, o fomento rural e o programa de aquisição de alimentos, que estimula a preservação da floresta, para a produção”.

Leia mais

Amazônia: indígenas do Acre atuam em projeto de reflorestamento

Serviços ambientais

O ministério do Desenvolvimento Social vai utilizar também o público do Cadastro Único (CadÚnico) e Bolsa-Família para fazer parte do projeto.

Além do Bolsa-Verde, na Amazônia, entram no programa o Pantanal, Pampas, Caatinga e Mata Atlântica.

Dessa forma, as populações desses biomas serão pagas por serviços ambientais.

“Vamos pagar os mais pobres de todos os biomas para coletar sementes. Assim, vão produzir mudas, plantar essas árvores, portanto, cuidar das florestas”.

Mapa da fome

Ainda no programa “Bom dia, Ministro”, Dias reiterou que o governo tem como meta retirar o país do mapa da fome novamente. Disse isso ao repercutir a fala de Lula na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Afirmo aqui para o Brasil inteiro: nós vamos, novamente, tirar o Brasil do mapa da fome. O plano Brasil sem Fome, lançado por ele [Lula] no meu estado, no Piauí, tem essa missão”.

Leia mais

Lula retoma conselho de combate à fome

Pobreza

Outro ponto citado pelo ministro é o aumento da pobreza no país. Segundo ele, em 2018, o Brasil havia alcançado seu menor patamar de pobreza: 18%.

“Agora, quando a gente assume [o governo], são 94 milhões de pessoas no Cadastro Único. Ou seja, na pobreza, o que significa algo próximo de 45%. Subiu a pobreza e também o número de pessoas na extrema pobreza, vide os 55 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil”.

E prosseguiu:

Como é que o mundo coloca mais de US$ 1 trilhão por ano para guerras e vem dizer que não tem dinheiro para matar a fome de quem precisa, para reduzir a pobreza? Também aumenta o nosso desafio, no Brasil, principalmente para a equipe que comigo está no ministério.

Assista à íntegra da entrevista

Foto: reprodução