IndĂ­genas do rio TapauĂ¡, no AM, fazem populaĂ§Ă£o do pirarucu aumentar 631%

Para o manejo sustentĂ¡vel, os indĂ­genas tĂªm apoio do projeto RaĂ­zes do Purus, que conta com patrocĂ­nio da PetrobrĂ¡s

Publicado em: 09/12/2021 Ă s 18:38 | Atualizado em: 09/12/2021 Ă s 18:38

A populaĂ§Ă£o de pirarucu cresce 631% nas terras indĂ­genas Paumari, no rio TapauĂ¡, no sul do Amazonas. Com manejo sustentĂ¡vel e vigilĂ¢ncia territorial, indĂ­genas ajudam a recuperar espĂ©cie que corre risco de extinĂ§Ă£o.

Esse crescimento Ă© em 12 anos de atividade. Enquanto em 2009 foram contados 251 peixes, neste ano a populaĂ§Ă£o de pirarucu chegou a 1.835. E isso Ă© o resultado de apenas 16 lagos monitorados no perĂ­odo.

Para o manejo sustentĂ¡vel, os indĂ­genas tĂªm apoio do projeto RaĂ­zes do Purus, que conta com patrocĂ­nio da PetrobrĂ¡s.

Muito consumido na regiĂ£o Norte, o pirarucu estĂ¡ ameaçado de extinĂ§Ă£o pela pesca predatĂ³ria, e nĂ£o Ă© mais encontrado em diversos locais da AmazĂ´nia.

Iniciativas de manejo, como a dos paumaris, tĂªm papel fundamental na recuperaĂ§Ă£o do maior peixe de escama de Ă¡gua doce do mundo. O peixe pode chegar a trĂªs metros de comprimento e quase 300 quilos.

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Regras de captura

Desde 1996, quando, em resposta ao quase desaparecimento da espĂ©cie, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovĂ¡veis (Ibama) proibiu a captura e comercializaĂ§Ă£o do pirarucu no Amazonas, a sua pesca foi limitada a Ă¡reas de manejo sustentĂ¡vel, autorizadas pelo Ă³rgĂ£o.

O mĂ©todo do manejo tem como pilares a organizaĂ§Ă£o comunitĂ¡ria, a vigilĂ¢ncia territorial, e o monitoramento dos estoques de pirarucu.

TambĂ©m sĂ£o controlados o perĂ­odo da pesca – limitada Ă  Ă©poca de seca, entre setembro e novembro -, e a quantidade e o tamanho dos peixes cuja captura Ă© autorizada – a cada ano, as comunidades recebem a autorizaĂ§Ă£o do Ibama para pescar uma cota de 30% da populaĂ§Ă£o adulta de pirarucu, com no mĂ­nimo um metro e meio de comprimento.

As regras garantem que, mesmo com a pesca, a espĂ©cie consiga recuperar e aumentar a sua populaĂ§Ă£o por meio da reproduĂ§Ă£o natural.

A vigilĂ¢ncia dos territĂ³rios envolve a maioria das famĂ­lias, que se alternam em turnos de uma semana nas bases flutuantes, nos perĂ­odos de maior ocorrĂªncia de invasões.

Desde 2013, os paumaris realizam, uma vez por ano, a pesca da cota de pirarucu autorizada pelo Ibama. Essa parte Ă© comercializada e gera renda para as comunidades investirem na vigilĂ¢ncia e em itens que melhoram a sua qualidade de vida.

Saiba mais sobre o RaĂ­zes do Purus no portal da Unisinos.

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