Garimpeiros avançam na terra ianomâmi e chegam ao pico da Neblina

Entre janeiro e junho, o território teve 169,6 hectares destruídos pelo garimpo, o equivalente a 170 campos de futebol

Publicado em: 18/07/2024 às 11:03 | Atualizado em: 18/07/2024 às 11:03

A área devastada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi teve um aumento de mais de 6% nos seis primeiros meses de 2024, segundo um levantamento do Greenpeace Brasil. Entre janeiro e junho, o território teve 169,6 hectares destruídos pelo garimpo, o equivalente a 170 campos de futebol.

O estudo revelou ainda um cenário inédito: a presença de invasores nas imediações do Parque Nacional do Pico da Neblina, localizado nas cidades de São Gabriel da Cachoeira e Santa Isabel do Rio Negro, interior do Amazonas.

O levantamento foi feito com base nos dados do sistema de alertas de monitoramento Papa Alpha, plataforma desenvolvida pela ONG.

Em 2022, quando o território enfrentou o avanço desenfreado do garimpo ilegal, foram devastados 3.650 hectares. No ano passado foram 238,9 hectares, uma redução de 93%.

Para o Greenpeace, o registro de garimpeiros na região do Pico da Neblina, chamado pelos indígenas de Yaripo, mostra que há uma migração da atividade ilegal no território. É nesta área que parte do povo Ianomâmi desenvolve o ecoturismo como fonte de renda.

“O fato de que os garimpeiros têm sido capazes de continuar abrindo novas áreas dentro de terras indígenas na Amazônia mostra que as respostas que estamos dando a esse problema até agora tem sido insuficientes”, avalia o porta-voz da frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Dantas.

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