Amazonas: grupo da Funai vai delimitar terras de muras e mundurukus
A iniciativa visa atender reivindicações de longa data das comunidades.

Iram Alfaia , do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 04/04/2024 às 15:46 | Atualizado em: 04/04/2024 às 15:47
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) criou um grupo técnico para delimitar áreas das terras indígenas Timbotuba, Montes Claros, São Benedito e Guariba II; dos Mura, e Igarapé Grande; dos Munduruku. As duas etnias reivindicam suas terras desde 2007.
Todas as áreas estão localizadas na região do médio rio Madeira, em Manicoré, município localizado a 390 quilômetros de Manaus.
A criação do grupo técnico é o primeiro passo para o reconhecimento das terras indígenas.
Na portaria, assinada pela presidente da Funai, Joenia Wapichana, consta que o objetivo do grupo é realizar os estudos de natureza antropológica, etno-histórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental necessários à identificação e delimitação das áreas de ocupação tradicional indígena.
A doutora em linguística e mestre em antropologia social Maria Elisa Ladeira será a coordenadora do grupo.
O engenheiro agrônomo Augusto Marcos Santiago foi nomeado como profissional da área ambiental. Ele também é mestre em agricultura orgânica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Os profissionais já estão autorizados a se deslocarem ao município amazonense, onde terão 30 dias para os trabalhos de campo, a contar dos seus respectivos deslocamentos.
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Também estão estabelecidos 180 dias para entrega do relatório, a contar do retorno da coordenadora dos estudos.
No ano passado, Joenia Wapichana recebeu lideranças do povo Mura para debater a regularização fundiária no Amazonas.
Na ocasião, a presidente da Funai prometeu tratar as regularizações como prioridade.
“Estamos reestruturando a Funai, tendo em vista que a fundação estava parada nos últimos anos. Agora a Funai ouve e responde aos indígenas, o que antes não ocorria”, disse à época.
Wapichana declarou que havia o compromisso de rever os processos de demarcação paralisados e também o posicionamento da Funai em decisões judiciais.
Foto: reprodução