Flutuantes do TarumĂ£: com retirada andando, DPE faz primeira visita
Grupo de trabalho da defensoria se reuniu com 200 moradores e comerciantes.

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas
Publicado em: 03/04/2024 Ă s 13:13 | Atualizado em: 03/04/2024 Ă s 13:13
O grupo de trabalho criado pela Defensoria PĂºblica do Amazonas (DPE-AM) se reuniu dia 2/4 com 200 moradores e comerciantes dos flutuantes do TarumĂ£-Açu, em Manaus.
Foi a primeira visita tĂ©cnica ao local do grupo composto por defensores pĂºblicos de diferentes Ă¡reas criado para acompanhar o caso polĂªmico da retirada flutuantes.
Conforme recente decisĂ£o judicial, de 20 de março, a remoĂ§Ă£o dos flutuantes estĂ¡ suspensa, a pedido da DPE-AM. Contudo, a retirada estĂ¡ liberada apenas para os que estĂ£o abandonados.
De acordo com o defensor Christiano Pinheiro, do NĂºcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) e que integra o grupo, o encontro esclareceu como a defensoria deve atuar.
Atuaremos tanto no processo judicial, como tambĂ©m apontando um caminho, fazendo recomendações, estabelecendo diretrizes para que possamos auxiliar o poder pĂºblico, quem Ă© que efetivamente vai trazer segurança jurĂdica para esta situaĂ§Ă£o do TarumĂ£-Açu.
PoluiĂ§Ă£o
O grupo de trabalho conheceu trechos do igarapĂ© do Gigante, apontado por moradores como um dos responsĂ¡veis pela poluiĂ§Ă£o do TarumĂ£.

Os flutuantes podem atĂ© nĂ£o agradar algumas pessoas visualmente, mas de fato a poluiĂ§Ă£o vem das Ă¡guas dos igarapĂ©s que desembocam no TarumĂ£. Um deles Ă© onde a gente vive, conhecido como igarapĂ© do Gigante. A nascente dele Ă© no aeroporto e corta mais de 13 bairros, passa por trĂ¡s dos prĂ©dios da Ponta Negra, onde tem esgoto que acaba como destino na Marina do Davi. NĂ³s moradores ficamos atĂ© indignados porque a gente vĂª que o poder pĂºblico estĂ¡ tentando procurar um culpado onde ele mesmo Ă© o culpado pois falta saneamento bĂ¡sico na cidade.
Quem faz essa denĂºncia Ă© a presidente da AssociaĂ§Ă£o de Moradores da Marina do Davi, Sara Guedes, moradora da regiĂ£o hĂ¡ mais de 20 anos.
Ela completou:
O que a gente quer Ă© que realmente a Justiça seja feita, mas de uma forma certa. Olhe para o nosso lado, realmente. AtĂ© o momento sĂ³ estĂ£o apedrejando a comunidade, sĂ³ estĂ£o jogando pedra nessas famĂlias, sĂ³ estĂ£o culpando essas famĂlias. Que a justiça seja feita certa, que haja um ordenamento aqui sim no TarumĂ£-Açu, um trabalho Ă¡rduo do poder pĂºblico para combater esse monte de lixo, essa tonelada de lixo que estĂ¡ desembocando, nĂ£o sĂ³ no TarumĂ£, mas no nosso rio Negro.
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Ordem de retirada suspensa
A ordem de retirada dos flutuantes ocupados foi suspensa liminarmente no Ăºltimo dia 20 pelo juiz do caso, Glen Hudson Paulain Machado, da Vara Especializada do Meio Ambiente da comarca de Manaus, a pedido da DPE-AM.
A defensoria, pois, apontou nulidades no processo, cujo cumprimento da sentença estava marcado para acontecer ainda em março.
O processo que culminou na ordem de retirada Ă© uma aĂ§Ă£o civil pĂºblica ajuizada em 2001 pelo MinistĂ©rio PĂºblico do Amazonas (MP-AM) contra a Prefeitura de Manaus e 74 proprietĂ¡rios de flutuantes situados Ă s margens dos rios da capital.
A aĂ§Ă£o fundamentava-se em preocupaĂ§Ă£o com o estĂ¡gio de degradaĂ§Ă£o dos mananciais.
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Fotos: MĂ¡rcio Silva/DPE-AM