Facção recruta venezuelanos para tráfico na tríplice fronteira

O recrutamento tem ocorrido dentro e fora dos presídios de Roraima

Publicado em: 04/07/2023 às 18:37 | Atualizado em: 04/07/2023 às 18:38

O PCC tem recrutado a mão de obra de pessoas de origem venezuelana para atuar no tráfico de drogas em Roraima e aumentar o número de membros batizados na Venezuela.

Autoridades e pesquisadores consultados pelo UOL afirmam que o estado tem uma importância estratégica por fazer fronteira com a Venezuela e estar próximo da Colômbia.

O recrutamento de venezuelanos para fazer parte do PCC ocorre dentro e fora dos presídios de Roraima.

O promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakiya, afirma que o batismo de venezuelanos faz com que a facção amplie a presença também na Venezuela.

A droga que o PCC exporta para a Europa vem da Colômbia e do Peru. “O olhar sobre Roraima é pela proximidade da fronteira com a Colômbia sem tomar o Amazonas, cuja presença maior é da FDN (Família do Norte) e CV (Comando Vermelho)”, diz o promotor.

É dentro dos presídios que acontece uma parte dos batismos, os rituais da facção para oficializar o vínculo e tornar os membros “irmãos”.

“Na medida que essas pessoas vão para a prisão, elas criam relações e são batizadas”, diz o sociólogo Rodrigo Chagas, pesquisador do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Fronteiras da UFRR e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Mas hoje, a formalização dos vínculos com a facção ocorre também nas ruas.

Roraima, um estado estratégico

A localização geográfica de Roraima é dos fatores que coloca o estado como um dos mais importantes para o crime organizado. Dados do Ministério Público de São Paulo, de novembro de 2021, mostram que Roraima é o 6º estado com maior presença da facção, com 1.601 integrantes batizados.

Leia mais na matéria de Fabíola Perez no UOL

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Foto: Divulgação