Expedição ao Peru constata seca desde a nascente do rio Amazonas
Fenômeno El Niño intensificou ainda mais esse aspecto desértico na região

Mariane Veiga
Publicado em: 19/03/2024 às 19:17 | Atualizado em: 19/03/2024 às 19:40
O g1 publicou uma reportagem de uma expedição à nascente do Rio Amazonas, que descreveu a seca na região de Nevado Mismi, na província de Caylloma, a mais de 77 quilômetros da cidade de Arequipa, no Peru, como um cenário notório.
É ali que nasce o rio mais extenso do mundo, conforme um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Naquela região, o período de seca se inicia entre os meses de abril e novembro, por isso, é possível se deparar com um local desértico.
No entanto, no ano de 2023, o fenômeno El Niño intensificou ainda mais esse aspecto na região.
“Nós fomos no fim de outubro. Já estava terminando o período, mas ainda seguia muito seco. Era um cenário desértico. Embora não tenhamos ido nas regiões de rios, onde havia uma correnteza, algum córrego estava seco. E a população daquele local precisou construir pequenas represas para armazenar essas águas”, disse a jornalista Daniela Branches.
Com apenas um reservatório, o povo de Nevado Mismi consegue se manter com as águas da chuva que ainda atingem a área.
“Eles chegam até racionar a água. Por isso, eles se organizam para não deixar faltar e todo mundo ter. Existe uma espécie de ‘veia’, onde os controladores administram para o destino dessas águas. Então, cada agricultor possui uma reserva para usar”, destacou.
Em Nevado Mismi, é comum o período de neve, no entanto, com as mudanças climáticas, esse fenômeno mudou o cenário de nevasca na região.
“A população fala muito do aquecimento global, porque a região já teve muita chuva, então hoje, durante esse período que vai de novembro a abril, que é o período que o nevado precisa nevar, eles dizem que o espaço de chuva é de 20 a 20 dias”, ressaltou a jornalista.
Contudo, a falta de neve em Nevado Mismi não é o principal problema para a nascente do rio Amazonas.
De acordo com Daniela Branches, que entrevistou o geólogo Marco Antônio, o impacto das mudanças climáticas nas zonas polares é ainda a maior preocupação quanto à enchente da bacia.
A nascente, conforme o geólogo, recebe principalmente as águas das chuvas. Logo, a ausência de neve não compromete a cheia do rio.
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Foto: Alexandro Pereira/G1/ reprodução