Emendas parlamentares para comunidades terapĂªuticas cresceram 90%

Mesmo sem comprovaĂ§Ă£o cientifica, o envio de recursos aumentou desde 2020 para comunidades

Publicado em: 25/06/2023 Ă s 11:45 | Atualizado em: 25/06/2023 Ă s 21:10

O envio de recursos de emendas parlamentares a comunidades terapĂªuticas aumentou mais de 90% desde 2020, mesmo sem comprovações cientĂ­ficas sobre a eficĂ¡cia do modelo e com denĂºncias de violações de direitos humanos. É o que informa a reportagem de Stella Borges, do UOL.

Do inĂ­cio do ano atĂ© maio, foram destinados R$ 53,6 milhões em emendas para as comunidades terapĂªuticas. O valor Ă© quase o dobro do total destinado em 2020, que foi de R$ 27,8 milhões.

Os dados sĂ£o do MinistĂ©rio do Desenvolvimento e AssistĂªncia Social e foram obtidos em um requerimento de informaĂ§Ă£o pedido pelos deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e SĂ¢mia Bomfim (PSOL-SP).

Estudo publicado no ano passado mostrou que as emendas financiam compra de carros, vans e micro-Ă´nibus, apoio direto Ă  manutenĂ§Ă£o das comunidades e material para oficinas.

O levantamento foi feito pela Conectas, ONG voltada aos direitos humanos.

Deputado PL

Conforme o UOL, o deputado Eros Biondini (PL-MG) foi identificado como o parlamentar que mais teve emendas pagas para comunidades. De 2017 a 2020, foram R$ 3,3 milhões.

Em audiĂªncia sobre o tema em maio deste ano, Biondini classificou as comunidades como “fundamentais para a sociedade” e “exemplo de recuperaĂ§Ă£o de dependentes quĂ­micos”.

De acordo com especialistas, falta transparĂªncia nos repasses. Embora os dados sobre os parlamentares que fizeram emendas estejam disponĂ­veis, nĂ£o se sabe para quais delas o dinheiro vai.

“Pedimos para o ministĂ©rio descrever por atividade essas destinações e eles falam que nĂ£o Ă© possĂ­vel fazer isso. Se nĂ£o existe esse tipo de acompanhamento, alĂ©m de um problema polĂ­tico Ă© um problema tĂ©cnico tambĂ©m, porque vocĂª nĂ£o consegue acompanhar a polĂ­tica pĂºblica, avaliar, tem um problema de transparĂªncia importante”, destacou Dayana Rosa, especialista de Relações Institucionais do IEPS (Instituto de Estudos para PolĂ­ticas de SaĂºde).

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Foto: AgĂªncia Brasil