Embrapa busca espécie rara de maracujá da Amazônia ameaçada
Flor pode ser encontrada apenas em áreas inabitadas de toda região amazônica

Publicado em: 26/09/2023 às 17:10 | Atualizado em: 26/09/2023 às 21:06
Pesquisadores da Embrapa buscam aventureiros que possam ter encontrado uma flor de maracujá, conhecida cientificamente como Passiflora amicorum, durante trilhas ou acampamentos.
Segundo os estudiosos, o feito é um “privilégio” porque se trata de uma espécie, comprovadamente, extremamente rara.
Dessa forma, a planta pode ser encontrada apenas em áreas inóspitas de toda região amazônica, o que dificulta e limita o levantamento biológico.
A Passiflora cresce como um grande cipó na vegetação rasteira da floresta antiga, cujos relatos indicam que a planta vive em solos derivados de arenito.
É uma endêmica amazônica encontrada em área de pré-montanha, área ribeirinha e floresta primária em altitudes entre 800 a 1.200 metros.
A Passiflora amicorum foi encontrada no sertão amazônico do sul da Venezuela, dentro dos estados de Bolívar e Amazonas, nos místicos Tepuis do Parque Canaima, os quais são grandes e antigas formações areníticas.
A citação mais recente do encontro da espécie foi em um local a 4 km ao norte de El Pauji, perto da fronteira Venezuela-Brasil, onde foi visto ao longo de uma trilha florestal que leva até o Tepui de Uaipaur.
Anteriormente foi vista dentro da Reserva Imataca, próximo da fronteira entre a Venezuela e a Guiana.
Logo, essa espécie de maracujá pode ser encontrada pelas regiões serranas de toda a região Norte e Nordeste de Roraima, incluindo as serras de Pacaraima e de Tepequém, onde há muito trânsito de turistas.
Informações
Portanto, pela contribuição para a ciência, caso se depare com esta flor, a pessoa pode entrar em contato com pesquisadores ([email protected]).
De acordo com os cientistas, é uma corrida contra o tempo, pois a cada ano os incêndios e queimadas podem dar fim aos últimos exemplares que possam existir em Roraima.
Importância
Os estudiosos destacam ainda que os povos indígenas faziam uma cataplasma com as folhas da planta do maracujá para acelerar a cicatrização de contusões. E, na Primeira Guerra Mundial, o maracujá foi utilizado como ajuda no tratamento de angústia própria de guerra.
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Foto: Miguel Molinari/reprodução