Em 100 dias de Lula, fiscalizaĂ§Ă£o na AmazĂ´nia aumenta 219%

Apreensões tiveram alta de 133% e nĂºmero de embargos de propriedades, 93%

Em 100 dias de Lula, fiscalizaĂ§Ă£o na AmazĂ´nia aumenta 219%

AntĂ´nio Paulo, do BNC Amazonas em BrasĂ­lia

Publicado em: 10/04/2023 Ă s 18:46 | Atualizado em: 10/04/2023 Ă s 18:46

No dia que o governo Lula da Silva (PT) completa 100 dias, o MinistĂ©rio do Meio Ambiente e Mudança ClimĂ¡tica divulgou dados sobre as ações contra o desmatamento na AmazĂ´nia e aplicaĂ§Ă£o de multas por infrações ambientais.

De acordo com o ministĂ©rio, entre janeiro e março deste ano, o nĂºmero de multas por desmatamento e outras infrações contra a floresta amazĂ´nica, aplicadas pelo Ibama, aumentou 219% em relaĂ§Ă£o Ă  mĂ©dia para o mesmo perĂ­odo nos quatro anos anteriores.

Dessa forma, nos quatro anos do governo Bolsonaro, quando as normas ambientais foram afrouxadas e os Ă³rgĂ£os de fiscalizaĂ§Ă£o ficaram de mĂ£os atadas para agir contra os crimes, a mĂ©dia de autos de infraĂ§Ă£o foi de 338/ano.

No entanto, somente neste primeiro trimestre, as multas ambientais somaram 1.236.

Por outro lado, as apreensões de bens e produtos relacionados Ă s infrações ambientais tiveram alta de 133%. Reunindo os dados dos Ăºltimos quatro, a mĂ©dia do governo Bolsonaro foi de 226/ano contra 526 no inĂ­cio do governo Lula.

Embargos de propriedades

JĂ¡ o nĂºmero de embargos de propriedades, cresceu 93% no mesmo perĂ­odo. Saiu de uma mĂ©dia de 264 por ano, para 510 somente no primeiro trimestre de 2023.

Na avaliaĂ§Ă£o do MinistĂ©rio do Meio Ambiente, essas medidas – autos de infraĂ§Ă£o, embargos e apreensões de bens de produtos – descapitalizam os infratores e impedem que obtenham financiamento, alĂ©m de restringir o comĂ©rcio de produtos ilegais.

Mesmo com a priorizaĂ§Ă£o de operações na regiĂ£o amazĂ´nica, as autuações ambientais aumentaram 78% em todo o paĂ­s na comparaĂ§Ă£o do primeiro trimestre deste ano com a mĂ©dia para o mesmo perĂ­odo nos anos de 2019 a 2022.

Retomada do Ibama

Na avaliaĂ§Ă£o do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, a retomada das atribuições do instituto do meio ambiente e o comando do combate ao desmatamento pela Ă¡rea ambiental foram decisivos para os resultados obtidos, apesar do baixo nĂºmero de fiscais.

Ainda de acordo com o ministĂ©rio, serĂ£o mantidas as operações para retirar invasores de terras indĂ­genas, como a executada desde o dia 6 de fevereiro no territĂ³rio ianomĂ¢mi.

As ações resultaram até o momento:

  • destruiĂ§Ă£o de 285 acampamentos de garimpeiros;
  • apreensões de 8 aeronaves, 23 barcos, 3 tratores e 124 motores;
  • apreendidas 22 toneladas de cassiterita, 21 mil litros de combustĂ­vel e 5 kg de mercĂºrio;
  • outros equipamentos de apoio logĂ­stico ao garimpo.

*Com informações do governo

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Foto: Felipe Werneck/Ibama