DPE-AM cobra ação contra lixão peruano que contamina rio em Benjamin Constant

Defensoria quer relatório da prefeitura de Benjamin Constant sobre impactos ambientais e na saúde causados por lixo vindo de Islândia

Publicado em: 08/07/2025 às 17:03 | Atualizado em: 08/07/2025 às 17:03

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) entrou em ação para cobrar respostas sobre os impactos do lixão flutuante do vilarejo de Islândia, no Peru.

O defensor Renan Nóbrega de Queiroz se reuniu com o subsecretário municipal de Meio Ambiente de Benjamin Constant, Weique Almeida, e o vereador Walker Pires nesta terça-feira (8).

Ele pediu um relatório detalhado sobre os danos enfrentados pela população de Benjamin Constant, especialmente nas comunidades da Estrada do Marizal e no bairro Cuabã.

Indígenas das comunidades Santa Rita, Filadélfia e Santo Antônio também sofrem com os efeitos da poluição nas águas do rio Javarizinho.

“Solicitei ao subsecretário a elaboração de um relatório com os impactos enfrentados por estas comunidades, tais como a análise da qualidade da água consumida, o impacto na agricultura e no consumo de alimentos e as consequências na saúde da população local”, afirmou Queiroz.

A DPE-AM pede urgência nas respostas e reforça a necessidade de articulação institucional para combater o problema.

A Defensoria enviou ofícios a Lula, Marina Silva e Mauro Vieira, solicitando cooperação do governo federal para lidar com o caso.

Segundo o Gaegruv, grupo estratégico da DPE-AM, o lixão peruano lança resíduos no rio Javari, contaminando água, solo e fauna, inclusive com lixo hospitalar.

A cidade de Islândia gera cerca de 10 toneladas de lixo por dia. O lixão ocupa 4,8 mil m² e chega a 9 metros de altura, com 90% submerso na cheia.

A água coletada na região apresentou apenas 1,28 mg/L de oxigênio dissolvido, abaixo do mínimo exigido de 5,0 mg/L para preservar a vida aquática.