Amazonas tem 6 cidades entre 20 maiores do país em favelas
Esses municípios amazonenses lideram o crescimento populacional em favelas, segundo dados do MapBiomas Brasil. A expansão, predominantemente em áreas periféricas, apresenta desafios sociais e ambientais.

Publicado em: 11/12/2023 às 15:10 | Atualizado em: 11/12/2023 às 15:14
Seis cidades do Amazonas figuram entre os 20 municípios brasileiros com os maiores índices de crescimento populacional em favelas, revela um levantamento do MapBiomas Brasil.
As informações são do portal g1.
O estado do Amazonas destaca-se como um dos que mais evoluíram em expansão urbana ao longo de 38 anos, especialmente em áreas consideradas periféricas.
As cidades amazonenses que lideram o crescimento de periferias são as seguintes:
Santo Antônio do Içá: 68%
Amaturá: 61%
Coari: 61%
Tonantins: 51%
Manaus: 50%
Ipixuna: 45%
Ao contrário de outras regiões do país, onde as favelas frequentemente se instalam em morros, no Amazonas, as regiões periféricas se estabelecem em áreas de risco, construídas sobre rios e igarapés, ou em ocupações irregulares. Essa realidade afeta muitas famílias em todo o estado.
O geógrafo Marcos Castro destaca que o crescimento das periferias no Amazonas é um problema social complexo.
“O problema de moradia em áreas de risco, em áreas de fundos de vale, em áreas de inundação, encostas e tudo mais é um problema social. Eu diria que é um problema socioambiental porque a moradia é algo como qualquer outra mercadoria; ela entra no circuito da renda, e se a população não tem renda adequada para inserir-se nesse discurso da terra urbana, sobretudo, e da moradia de uma política habitacional adequada e acessível às camadas mais pobres, nós continuaremos com essa expressão espacial, com essa geografia danosa de pessoas morando em áreas de risco”, afirma Castro.
A aposentada Zenaide Ferreira Justino, moradora de uma área periférica em Coari, testemunha o crescimento dessas regiões nos últimos anos.
Segundo ela, a situação é desafiadora, com as casas frequentemente inundadas.
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“Hoje as casas aqui entram tudo dentro da água, entendeu? A gente sofre muito, né? com dificuldade da alagação grande, a gente não tem recurso, a gente não tem ajuda de ninguém aqui”, relata a moradora de Coari.
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