“Coronavírus no Amazonas é mais que segunda onda, é um tsunami”
Médicos da Samel manifestam preocupação com o avanço do coronavírus no Amazonas, que neste sábado matou mais 43 pessoas

Publicado em: 10/01/2021 às 02:08 | Atualizado em: 11/01/2021 às 20:38
Com a autoridade de quem está na linha de frente contra o coronavírus (covid-19) 24 horas por dia, os médicos Luís Alberto Nicolau (Beto) e Daniel Fonseca manifestaram neste sábado (9) extrema preocupação com o cenário da doença no Amazonas.
“É muito mais do que uma segunda onda, é um tsunami”. É assim que Nicolau, que preside o grupo Samel, resume a situação.
Conforme sua avaliação, esta foi a semana mais difícil na história da empresa de hospitais e prontos-socorros que na pandemia recuperou milhares de doentes. A criação e utilização do método de ventilação não invasiva, com a cápsula Vanessa, deu à Samel alto reconhecimento de sucesso contra o coronavírus.
“Quebramos todos os recordes de número de internações e atendimentos nos prontos-socorros. E isso nos deixa extremamente preocupados porque nossos médicos e enfermeiros chegam a trabalhar dois dias diretos, de plantão, para salvar o máximo de vidas possível”, revelou Beto Nicolau.
Segundo o controle do Governo do Estado, até este dia 9, havia 1.920 pacientes hospitalizados. Desses, 540 estavam em leitos de UTI. Conforme boletim diário, novas 1.856 pessoas foram diagnosticadas com a doença nas últimas 24 horas.
Também informa o governo que 43 pessoas morreram infectadas pelo coronavírus das 10h de sexta às 10h deste sábado. O Amazonas, assim, chegou a 5.669 mortos, oficialmente.
Leia mais
Demanda por UTI
Ao seu lado nessa guerra pela vida, o diretor clínico da empresa, Daniel Fonseca, destaca a atuação dos profissionais de saúde. “Parabéns por não desistirem, mesmo estando no limite, com exaustão física e mental˜.
E reforça a preocupação do seu presidente ao afirmar que nunca viveu momento assim na profissão. Nem mesmo quando era o único de plantão na emergência do pronto-socorro 28 de Agosto, quando a unidade pública era principal porta de entrada para vítimas de acidentes e crimes em Manaus.
“Achávamos que a primeira fase da pandemia era uma situação que não teríamos condições de passar, mas, desta vez, é muito pior”, afirmou.
Fonseca revelou que a dada dia aumenta a quantidade de pacientes que procuram a Samel necessitando de atendimento imediato de UTI. Isso é, para ele, um sinal do quanto o coronavírus vem atacando com maior gravidade.
Leia mais
Manaus sepulta 112 corpos neste dia 7, sendo 46 de vítimas da covid
Vírus mais letal
De acordo com Fonseca, no primeiro pico da doença, o período médio de internação era de quatro dias. Hoje é necessário mais dias para a alta do paciente. Por ainda não ter dados científicos, ele disse que não pode afirmar, mas tem séria desconfiança de que a cepa (variante) do vírus hoje é diferente, mais forte.
“Pessoas têm chegado com o pulmão extremamente comprometido e a capacidade de se regenerar esse pulmão é mais morosa”.
Em síntese, os profissionais da Samel recomendam que a população mantenha a precaução sanitária contra o coronavírus. Principalmente, evitar aglomeração e usar máscara.
Veja o vídeo
Foto: Divulgação/Samel