Condenado por fraudes na Suframa paga danos e multa de R$ 75 mil

CAS avalia investimento de R$ 2 bi na ZFM de 14 projetos industriais

Publicado em: 09/04/2019 Ă s 18:57 | Atualizado em: 09/04/2019 Ă s 18:57

Um acordo firmado entre o MinistĂ©rio PĂºbico Federal (MPF) no Amazonas e o ex-servidor da SuperintendĂªncia da Zona Franca de Manaus (Suframa) AntĂ´nio do Nascimento Moreno garante o pagamento de R$ 75 mil como reparaĂ§Ă£o pelos danos causados ao patrimĂ´nio pĂºblico e multa civil.

Nascimento Ă© um dos vistoriadores envolvidos no esquema de fraudes desarticulado pela operaĂ§Ă£o Rio Nilo na Suframa.

Os prejuĂ­zos das fraudes somaram R$ 430 milhões causados por uma quadrilha de mais de 30 envolvidos (na foto, parte do Polo Industrial de Manaus prejudicada com fraudes descobertas em investigaĂ§Ă£o).

De acordo com a Assessoria de ComunicaĂ§Ă£o da Procuradoria da RepĂºblica no Amazonas, a medida foi definida no acordo processual homologado pela Justiça Federal.

Antônio do Nascimento Moreno, que atuava na Suframa em 2004, responde a cinco ações de improbidade administrativa movidas pelo MPF por enriquecimento ilícito.

O MPF pediu Ă  Justiça Federal a homologaĂ§Ă£o do acordo e a extinĂ§Ă£o dos processos em relaĂ§Ă£o ao ex-servidor, a partir do compromisso assumido no acordo.

O pagamento do valor acordado serĂ¡ feito em parcelas, mediante desconto em folha de pagamento.

Em caso de desemprego, eventuais valores decorrentes de rescisĂ£o contratual e o depĂ³sito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) serĂ£o revertidos para pagamento do dĂ©bito.

O nĂ£o pagamento das parcelas acarretarĂ¡ imposiĂ§Ă£o de multa correspondente a 15% do valor do acordo.

 

Modo de operaĂ§Ă£o

A organizaĂ§Ă£o criminosa era composta por empresĂ¡rios de Manaus e SĂ£o Paulo e entĂ£o servidores pĂºblicos da Suframa e praticava crimes na chegada de mercadorias na Zona Franca, com o objetivo de fraudar o fisco para se beneficiar ilegalmente de incentivos fiscais e sonegar impostos.

Na outra ponta do esquema, vistoriadores da Suframa recebiam propina para chancelar os protocolos de ingresso de mercadorias sem a real conferĂªncia da carga e dos documentos apresentados pelas transportadoras.

As investigações que resultaram na prisĂ£o de vĂ¡rios envolvidos em 2007, durante a operaĂ§Ă£o Rio Nilo, concluĂ­ram que as empresas participantes do esquema simulavam transações de compra e venda que geravam a obtenĂ§Ă£o de crĂ©ditos tributĂ¡rios, graças aos incentivos fiscais oferecidos para empresas da Zona Franca de Manaus.

 

PrejuĂ­zo milionĂ¡rio

Em ações penais, o MPF obteve a condenaĂ§Ă£o criminal de mais de 30 envolvidos no esquema de fraudes, incluindo o ex-servidor AntĂ´nio do Nascimento Moreno.

O volume de cargas falsamente movimentadas para a Zona Franca chegou a R$ 430 milhões, valor sobre o qual incidiu o cĂ¡lculo dos crĂ©ditos tributĂ¡rios recebidos pelas empresas envolvidas nas fraudes.

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Foto: DivulgaĂ§Ă£o