‘Componentes explosivos’ do Garantido preocupam o Caprichoso

Eleição do Garantido pode ser uma bomba-relógio que pode destruir patrimônio do Caprichoso, avalia o presidente do azul e branco

Galpão de madeira do Caprichoso, em Parintins

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 20/09/2023 às 18:10 | Atualizado em: 20/09/2023 às 18:10

A eleição para escolha da nova diretoria do Garantido está tirando o sono do Caprichoso. O pleito vai ocorrer no próximo domingo, dia 24.

O primeiro problema é o local que o boi da Baixa de São José escolheu para funcionar como local de votação. Trata-se do Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) Gláucio Gonçalves.

A escola fica ao lado do galpão de alegorias do Caprichoso. A estrutura é feita de madeira, guarda e é cercada por materiais altamente inflamáveis utilizados no espetáculo do touro negro.

O segundo e o maior problema são os componentes explosivos que contextualizam a eleição do Garantido.

O touro branco está em crise, perdeu duas disputas folclóricas, teve o presidente afastado às vésperas do festival deste ano e vive uma disputa por poder no boi com cinco candidatos à presidência.

Para inflamar ainda mais as coisas, uma assembléia extraordinária expulsou mais de 20 dirigentes que passaram pelo bumbá nos últimos três anos. Entre os expulsos, estão dois candidatos a presidente, Flávio Farias e Ida Silva.

Preocupação

Para o presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo, esse conjunto de fatores pode acabar sobrando para o azul e branco.

“Qualquer faísca que se fizer ali pode provocar um incêndio incontrolável”, alerta Amoedo.

O presidente do Caprichoso disse compreender que o boi da baixa já tenha realizado uma eleição ali, em 2020, mas ele observa: “Era um outro contexto. O contrário não estava em crise e era ano de pandemia”.

Rossy Amoedo disse que vai buscar informações sobre o esquema de segurança montado para o domingo. Ele, contudo, sugere que seja razoável o Garantido escolher outro local para sua eleição.

Preocupado com o patrimônio do azul e branco, o presidente disse:

“Compreendemos que as eleições podem ser momentos de grande emoção e tensão. Com isso, há o risco de que os ânimos se exaltem e as estruturas alegóricas e o galpão do Caprichoso pode ser o maior prejudicado nessa situação, tanto em termos de segurança quanto na preservação de seu patrimônio histórico e cultural”, disse.

Rossy Amoedo diz ainda que a rivalidade entre os dois bois é uma tradição, mas defende responsabilidade. “A rivalidade é importante, mas deve ser mantida de forma responsável. Ela pode ser estimulada, mas preservando a segurança e o patrimônio histórico e cultural das duas agremiações”, comentou.

Foto: Reprodução/Facebook/Boi Caprichoso