Tensão EUA x Venezuela preocupa, diz chefe do Exército do Brasil
General Tomás Paiva disse que o Exército já materializou sua preocupação com envio de tropas e material militar que vão permanecer na fronteira com o país de Maduro, que está sob ameaça de Trump

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 20/08/2025 às 07:01 | Atualizado em: 20/08/2025 às 07:01
O chefe do Exército brasileiro, general Tomás Ribeiro Paiva, disse em Manaus que a tensão militar entre os Estados Unidos e a Venezuela preocupa o Brasil. Ele veio à Amazônia dar posse ao novo comandante Militar da Amazônia, general Luiz Gonzaga Viana Filho.
“A gente tem preocupação e o CMA é prioridade constante”, disse o militar, ao responder abordagem sobre o assunto.
Entre as preocupações com a região, Tomás Paiva citou também o meio ambiente, a proteção dos povos originários, e o desenvolvimento do Brasil. E acrescentou que, sobre a Venezuela, a preocupação já se materializou com envio de tropas para Roraima.
Roraima está sob jurisdição militar do CMA e, assim como o Amazonas, faz fronteira com a Venezuela.
“O CMA é e continuará sendo a nossa prioridade. E a gente materializou isso com o envio de recursos de tropa para o Comando Militar da Amazônia, que se posicionaram lá em Roraima”.
A tendência é que esse efeito maior permanece em Roraima.
“Transformamos, aumentamos efetivo, deslocamos material de emprego militar. Então, essa tendência a gente pretende prosseguir com ela”.
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Escalada de tensão
Ontem, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que os Estados Unidos vão usar “todos os elementos do poder americano” para impedir que drogas cheguem ao país.
Dessa forma, Leavitt acabou confirmando notícia dada pela agência Reuters de que três navios de guerra americanos foram deslocados para a costa da Venezuela, com o objetivo de combater gangues envolvidas no tráfico de drogas.
Os navios USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson devem chegar hoje ao mar do Caribe.
Para o presidente Donald Trump, o regime de Nicolas Maduro, presidente da Venezuela, não é legítimo. Ele considera um cartel narcoterrorista.
Assim o governo Trump vê Maduro como um chefe fugitivo desse cartel
No início de agosto, o governo americano aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusando-o de ser “um dos maiores narcotraficantes do mundo”.
Reação de Maduro
Maduro, por sua vez, já respondeu. O noticiário do país diz que o presidente venezuelano anunciou que vai ativar “um plano especial de segurança” para mobilizar 4,5 milhões de milicianos em todo o país.
A medida surge em resposta à operação anti-droga dos EUA nas Caraíbas, além das acusações de Washington contra Maduro por tráfico de droga, que o regime chavista já descreveu como “extravagantes, bizarras e absurdas”, escreveu o Diário AS.
“Esta semana, vou ativar um plano especial para garantir a cobertura com mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional, milícias treinadas, ativadas e armadas”, afirmou o presidente Maduro.
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Foto: BNC AMAZONAS