Amazônia: pobreza faz criança ribeirinha crescer pouco e pesar menos

É o que aponta estudo publicado na revista Epidemiologia e Serviços de SaĂºde.

Amazônia: pobreza faz criança ribeirinha crescer pouco e pesar menos

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 19/12/2023 Ă s 06:44 | Atualizado em: 20/12/2023 Ă s 09:41

Na Amazônia, a pobreza faz as crianças ribeirinhas crescerem pouco e ficarem com baixo peso, conforme estudo de duas universidades brasileiras e uma americana.

Segundo publicou o Uol, um ponto importante Ă© a localizaĂ§Ă£o geogrĂ¡fica dessas populações ribeirinhas – na maior parte, a regiĂ£o amazĂ´nica.

Este fator, sozinho, jĂ¡ traz um cenĂ¡rio de pobreza. De acordo com dados de levantamento realizado pelo Centro de PolĂ­ticas Sociais FGV Social, as quatro maiores taxas de pobreza extrema no Brasil estĂ£o na AmazĂ´nia.

Dessa forma, de atĂ© 5 anos, 6,5% tĂªm peso abaixo do ideal no Brasil — percentual 57% maior do que a mĂ©dia nacional, de 4,13%. Como informa a coluna Viva Bem/Uol.

“Entre 146 estratos geogrĂ¡ficos, a maior taxa Ă© a do Vale do Rio Purus, no Amazonas, com 39,2% [da populaĂ§Ă£o] com renda abaixo de R$ 300 reais [dados de 2022]”, destaca o economista Marcelo Neri, diretor do centro, ao repercutir o estudo

Assim, aos 5 anos de idade, um menino ribeirinho tem, em média, 103,5 cm e pesa 16,1 kg, e uma menina ribeirinha tem 107 cm e pesa 16,4 kg.

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OMS

De acordo com o recomendado pela OrganizaĂ§Ă£o Mundial da SaĂºde (OMS), o ideal Ă© que crianças nessa idade tenham 110 cm e 18,4 kg, se do sexo masculino, e 109,5 cm e 18,2 kg, se do sexo feminino.

Esses sĂ£o os principais achados de um estudo publicado nesta segunda-feira (18) na revista Epidemiologia e Serviços de SaĂºde.

“Verificamos, por exemplo, que o valor mediano de peso das meninas ribeirinhas Ă© quase dois quilos menor do que a mĂ©dia padrĂ£o da OMS”, comenta o nutricionista sanitarista Italo Aguiar, pesquisador da Universidade Federal do CearĂ¡ (UFC).

“Com relaĂ§Ă£o Ă  altura, podemos constatar que o valor mediano dos meninos ribeirinhos da amostra foi 6,5 cm menor do que o padrĂ£o global para o mesmo mĂªs de idade”.

Aguiar Ă© um dos sete autores do trabalho, que contou tambĂ©m com a participaĂ§Ă£o de acadĂªmicos da Universidade Estadual do CearĂ¡ (UECE), da Universidade de Fortaleza (Unifor) e da Universidade Tulane, em Louisiana, nos Estados Unidos.

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Foto: Marcelo Camargo/AgĂªncia Brasil