Amazônia: 9 mil cabeças de gado apreendidas em fazendas do Amazonas e Pará

Ibama multa e retira gado de áreas embargadas para combater o desmatamento na Amazônia.

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 27/10/2024 às 08:28 | Atualizado em: 27/10/2024 às 08:28

Em uma operação chamada Carne Fria 2, o Ibama intensificou a fiscalização sobre a cadeia de produção e venda de gado em áreas da Amazônia embargadas por desmatamento ilegal, resultando na apreensão de aproximadamente 9.000 cabeças de gado e multas que alcançam R$ 364,5 milhões.

Esta operação integra o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), visando desestimular práticas que contribuem para o desmatamento e promover um modelo sustentável de produção na região.

Durante a investigação, o Ibama encontrou cerca de 26 mil hectares de áreas embargadas, distribuídas em 69 propriedades rurais nos estados do Pará e Amazonas, com municípios como Novo Progresso, Santarém e Altamira envolvidos. Essas propriedades somavam 18 mil bovinos destinados à produção de carne, que foram localizados em áreas ilegais de produção, trazendo à tona uma rede de violação ambiental que inclui até frigoríficos que compraram gado desses locais.

A ação gerou 154 autos de infração, multando produtores rurais e frigoríficos por manterem atividades em áreas embargadas, dificultarem a regeneração da vegetação e comercializarem gado oriundo de locais embargados. Entre os frigoríficos investigados, 23 foram identificados como infratores ambientais, com três deles embargados por operarem sem licença ambiental válida ou em descumprimento com a licença concedida.

O Ibama também aconselhou compradores e financiadores do setor a consultarem a lista pública de áreas embargadas no site da instituição, de forma a evitar o envolvimento indireto em práticas de desmatamento ao adquirir produtos provenientes dessas áreas irregulares, fortalecendo assim a transparência e a responsabilidade no setor.

A operação, realizada com o apoio da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, será levada ao Ministério Público Federal, para possível aplicação de sanções cíveis e criminais. Com isso, o Ibama espera fortalecer o combate ao desmatamento e estimular um agronegócio mais sustentável e responsável na Amazônia.