Amazônia: 14 dias após denunciar na ONU, indígena é assassinado

Tymbektodem Arara era escoltado por ameaças. PF apura caso

Publicado em: 31/10/2023 às 19:26 | Atualizado em: 31/10/2023 às 19:57

A Polícia Federal no Pará investiga a morte do líder indígena Tymbektodem Arara, na terra indígena Cachoeira Seca, a 250 km de Altamira, 16 dias depois de ele ter ido à Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, denunciar invasão de terras.

Na ONU, ele discursou durante a sessão do Conselho de Direitos Humanos. Tymbek era o linguista dos Arara, etnia de contato recente com não-indígenas.

Tymbek, como era conhecido, foi encontrado morto em um rio em 14 de outubro, supostamente por afogamento.

A terra em que vivem os Arara é alvo de ação predatória para a obtenção de madeira. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram desmatados 697 km² de floresta na terra Cachoeira Seca entre 2007 e 2022.

Enquanto esteve em Genebra, Tymbek recebeu áudios atribuídos a fazendeiros locais, segundo aliado.

“Tanto ele quanto o cacique receberam áudios, nenhum dizendo ‘Vou te matar’, mas ‘Ah, você está aí? Que bom que está defendendo sua terra’. ‘Vocês não têm medo?’, ‘O que estão fazendo aí?’ E eles ficavam dando perdido, dizendo que era para apresentar a cultura Arara”, relatou a pessoa ao site G1.

Ao voltar ao Brasil, a Força Nacional fez a escolta de Tymbek e do cacique Arara desde o desembarque no Pará até a chegada na aldeia.

Depois, os agentes foram embora. A liderança morreu cerca de dois dias depois.

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Foto: Reprodução