Amazonas é o segundo do país com maior taxa de incidência de aids
No topo do ranking nacional, o Amazonas destoa da relação de incidência nacional de 17,8/100 mil habitantes registrada em 2019.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 01/12/2020 às 22:41 | Atualizado em: 01/12/2020 às 23:35
Com uma taxa de incidência de 34,8 casos por 100 mil habitantes, o Amazonas é o segundo do país com maior número de casos de infecção por aids em 2019. O primeiro, entretanto, é Roraima com a proporção de 40,1/100 mil.
Nesse caso, quando se leva em conta somente Manaus, a relação é de 55 casos para cada 100 mil. Esse número supera Boa Vista com 49/100 mil sendo, portanto, a segunda no ranking nacional.
Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, nesta terça-feira, dia 1º, no Boletim Epidemiológico HIV/aids 2020. A publicação foi apresentada no primeiro dia de dezembro, que marca o Dia Mundial de Combate à Aids.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, ressaltou o esforço do SUS (Sistema Único de Saúde) no tratamento e no diagnóstico da doença. Ele destacou, no entanto, que as ações não param mesmo durante a pandemia da covid-19.
“Garantimos tratamento mesmo em época pandêmica. Não faltou medicação, testes rápidos de HIV ou preservativos. Garantimos a contínua dispensação de medicamentos para o tratamento desse paciente”.
Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no país. Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral. Já outros 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual. Isso se dá, eventualmente, por terem atingido carga viral indetectável.
Até outubro deste ano, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral.
Amazonas
No topo do ranking nacional, o Amazonas destoa da relação de incidência nacional de 17,8/100 mil habitantes registrada em 2019. A taxa representa um decréscimo de 18,7%.
Na contramão, no Amazonas houve um aumento de 9,8% na taxa de incidência da doença entre 2009 (31,7%) e 2019 (34,8%).
Mortalidade
No ano passado, o Amazonas registrou 6,4 óbitos por 100 mil habitantes, acima da média nacional que foi de 4,1/100 mil.
Além do Amazonas, dez estados ficaram acima da média: Pará (7,7 óbitos/100 mil hab.), Rio Grande do Sul (7,6), Rio de Janeiro (7,1), Amapá (5,8), Roraima (5,8), Maranhão (5,7), Mato Grosso do Sul (5,3), Santa Catarina (4,7), Mato Grosso (4,4) e Pernambuco (4,4). Na outra ponta estão Espírito Santo (4,0/100 mil) e Acre (2,2/100 mil).
Números
No Brasil, em 2019, foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 casos de aids. O Ministério da Saúde estima que cerca de 10 mil casos de aids foram evitados no país, no período de 2015 a 2019.
A maior concentração de casos de aids, entretanto, está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária, por exemplo, correspondem a 52,4% do sexo masculino. Já entre as mulheres, representam 48,4% do total de casos registrados.
Foto: Tony Winston/MS