Amazonas Energia: entidade acusa fraude processual e pede suspeiĂ§Ă£o de juĂza
AssociaĂ§Ă£o pede suspeiĂ§Ă£o da juĂza Jaiza Fraxe em processo da venda da Amazonas Energia ao Grupo J&F.

Publicado em: 03/01/2025 Ă s 20:56 | Atualizado em: 03/01/2025 Ă s 20:58
A polĂªmica em torno da transferĂªncia da Amazonas Energia aos fundos do Grupo J&F foi intensificada com a AssociaĂ§Ă£o de Defesa dos Consumidores de Energia ElĂ©trica da RegiĂ£o Norte (ASCEDEN) levantando dĂºvidas sobre a imparcialidade da juĂza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe e requerendo sua suspeiĂ§Ă£o no julgamento do processo.
A ASCEDEN solicitou a suspeiĂ§Ă£o da magistrada no processo alegando parcialidade e irregularidades no trĂ¢mite judicial. A associaĂ§Ă£o argumenta que a concessionĂ¡ria manipulou o processo para que o caso fosse encaminhado Ă 1ª Vara Federal, onde Fraxe Ă© titular, levantando suspeitas de fraude processual.
A denĂºncia aponta que, em agosto de 2024, a Amazonas Energia protocolou quatro ações simultĂ¢neas contra a Aneel com petições semelhantes, apenas regularizando uma delas apĂ³s a escolha do juĂzo. A Aneel, por sua vez, identificou indĂcios de irregularidades e solicitou o envio do processo para a 9ª Vara, porĂ©m a aĂ§Ă£o acabou distribuĂda Ă 1ª Vara Federal.
AlĂ©m disso, a ASCEDEN acusa a juĂza de extrapolar seus poderes ao proferir decisões que ultrapassariam os pedidos iniciais, como a assinatura dos Contratos de Energia de Reserva (CER) e a transferĂªncia imediata da concessionĂ¡ria para os fundos Future Venture e FIP MilĂ£o, controlados pelo Grupo J&F.
A associaĂ§Ă£o critica ainda a prorrogaĂ§Ă£o do prazo para a conclusĂ£o da transferĂªncia e a liberaĂ§Ă£o de recursos financeiros pela Aneel, determinadas por Fraxe.
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A magistrada jĂ¡ havia rejeitado um pedido anterior de suspeiĂ§Ă£o apresentado pela CigĂ¡s, representada pelo escritĂ³rio de advocacia que tem o ex-presidente Michel Temer na banca, alegando que a solicitaĂ§Ă£o era intempestiva e estratĂ©gica para atrasar o processo.
Em decisĂ£o recente, Fraxe reiterou que a insatisfaĂ§Ă£o com decisões desfavorĂ¡veis nĂ£o configura suspeiĂ§Ă£o, sugerindo que eventuais discordĂ¢ncias sejam contestadas por meios processuais adequados.
A Justiça Federal e a 1ª Vara ainda nĂ£o se pronunciaram sobre o novo pedido. O espaço permanece aberto para manifestações.
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Foto: divulgaĂ§Ă£o