“Eleição será decidida no segundo turno”, afirma pesquisador da Action

Por Rosiene Carvalho, da Redação

O pesquisador e analista político Afrânio Soares, dono do instituto Action Pesquisa de Mercado, divulgou sondagem neste domingo, dia 15, e afirma que a eleição ao Governo do Amazonas será definida, pela terceira vez seguida, em segundo turno.

Até 2014, quando o governador cassado José Melo derrotou o senador Eduardo Braga (MDB) no segundo turno, nunca a disputa pelo cargo de governador havia sido decidida em segundo turno.

Nas Eleições Suplementares de 2017, mais uma vez, o cargo de governador teve que ser decidido em segundo turno, quando Amazonino Mendes (PDT), com a ajuda dos brancos, nulos e dos ausentes, derrotou Braga.

“Vai ser decidida em segundo turno mais uma vez”, garante o pesquisador Afrânio Soares.

A realidade do segundo turno aparece em todos os cenários estimulados de primeiro turno feitos pela pesquisa Action.

Em um dos cenários, em que a pesquisa sonda o eleitor com o nome de todos os pré-candidatos ao governo, o resultado mostra o governador Amazonino Mendes (PDT) com 34,3%, David Almeida com 19,6%, Wilson Lima (PSC) com 17,9%, Omar Aziz (PSD) com 11,6% e Júnior Brasil (Rede), que desistiu da disputa e está inelegível por não ter se desincompatibilizado do cargo, com 2,5%. Brancos e nulos somam 8,9% e indecisos 5,2%.

Na pesquisa espontânea para o cargo de governador, o número de indecisos chega a 57,5%.

“Bem mais que a metade não lembrou de ninguém. Não é que não tenha candidato, porque quando os candidatos são apresentados há indicação de quem é o candidato deles. Mas não estão pensando nisso neste momento. Estava pensando na  Copa do Mundo , em outras  coisas”, avaliou Afrânio Soares.

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Afrânio Soares afirma que, no cenário em que todos os nomes dos pré-candidatos são testados, embora David , Wilson e Omar aparecem com pontuações diferentes e fora da margem de erro, todos os três têm condições de disputar uma passagem para o segundo turno com o atual governador que se distancia em pontuação dos três adversários.

“O senador Omar, com 11,6%, diria eu, que não está fora deste páreo do segundo turno. Ele começou  agora a aparecer como pré-candidato ao governo”, analisou o pesquisador.

Afrânio Soares afirmou que não descarta que o percentual de brancos e nulos desta fase da disputa se mantenha nas urnas em outubro.

“Existe um terço do eleitorado favorável ao governador e outros dois terços se dividindo, considerando os 8,9% de brancos e nulos (…) Não descarto que esses brancos e nulos se mantenham até o final”, disse.

Interior

Afrânio Soares destacou que o comportamento do eleitorado do interior é diferente do eleitor da capital, em relação aos candidatos e ao próprio pleito.

“Eu diria  que o Amazonas tem dois mundos: o mundo formado por quem vive na capital e o mundo formado pelo conjunto dos municípios e de quem vive no interior (…) Ressalto que quem está no poder tem uma vantagem sobre o interior”, disse.

Em todas as sondagens, o presidente da ALE-AM, que em 2014 se elegeu com 24.189 votos, aparece com maior eleitorado no interior que em Manaus.

Afrânio considera que a maior aprovação ao nome de David no interior pode ser em função das ações no curto período em que ele foi governador interino.

“David tomou decisões importantes durante seu curto período de gestão, mas que impactaram profundamente os professores, a área de segurança”, disse.

Em nenhum dos cenários da Action, no entanto, David vence Amazonino nem em Manaus e nem no interior, na pesquisa divulgada neste domingo.

Já o outro nome que se apresenta como novo, o do apresentador de TV Wilson Lima, Amazonino é derrotado numa sondagem de segundo turno em Manaus. Nela, Amazonino fica com 37,3% e Wilson com 40,1% na capital.

No entanto, somando as pontuações do interior em que o apresentador (32,4%) tem grande desvantagem em relação ao governador (47,3%), Amazonino o derrotaria se o segundo turno fosse hoje.

Rejeição

A sondagem da Action inovou e mostrou novos parâmetros para medir rejeição dando ao pesquisado três chances de dizer quem mais rejeita. Embora Amazonino apareça com a maior rejeição como primeira opção do eleitor pesquisado pela Action, é Omar Aziz que soma a maior rejeição considerando as três opções oferecidas pelo instituto. Há, entretanto, empate técnico entre eles, neste novo parâmetro.

Rejeição Action

“Amazonino tem um terço que vota nele e um terço que não vota nele, que o rejeitam. O que ele pode crescer? Um teço só. Um terço que ficou no meio do caminho. Já alguém que tem uma rejeição de 4% a 13%. e tem uma intenção de 20% de votos, que é o caso do David Almeida, se somar isso vai ter um terço. Quer dizer, ainda tem dois terço do eleitorado a conquistar”, afirmou.

Afrânio Soares ponderou que os dois terço a conquistar não estão exatamente soltos, parte dele é eleitor fiel de alguma das pré-candidaturas postas. “Só que ele (David) tem que lembrar que parte desses 2/3 votam no Amazonino e dificilmente será conquistado. É o que chamo de piso. O mínimo possível a um ex-governante por mais que haja um processo de desidratação”, analisou.

O dono da Action Pesquisa de Mercado disse que, embora as pessoas falem muito em mudança, não percebe nas pequisas regionais e nacionais que o voto siga este parâmetro.

“As pessoas falam em seu íntimo em mudança, mas na hora de escolher não estão mostrando isso de fato. E acho que não é só aqui no Amazonas, não”, disse.

Perfil

A pesquisa da Action mostra detalhes do perfil do eleitorado de Amazonino, David, Omar e Wilson Lima. Amazonino e Omar levam vantagem no eleitorado com menor escolaridade e com menor poder aquisitivo.

A maioria do eleitorado de Amazonino é de mulheres. Já David leva vantagem entre os homens e também entre eleitores que se declaram evangélicos.

“Isso não é exatamente uma vantagem ou desvantagem. Pode mudar ao longo da campanha em si”, disse.

Veja a pesquisa Action na íntegra neste link.

Perfil dos eleitores dos pré-candidatos ao Governo

Dados da pesquisa

A pesquisa da Action foi registrada no TRE-AM sob o nº AM-08474/2018 no dia 09 de julho. Foram realizadas entrevistas com 2.184 eleitores, sendo 1.202 na capital e 982 no interior. O nível de confiança de 95% e a margem de erro apontada é de 2,1% para mais ou menos. A sondagem foi feita entre os dias 5 e 7 de julho.

A pesquisa foi a campo nas áreas urbanas de Manaus, Tabatinga, Coari, Itacoatiara, Parintins, Manacapuru, Tefé, Eirunepé, Manicoré, Lábrea, Presidente Figueiredo, Maués, Careiro, São Gabriel da Cachoeira, Iranduba, Borba, Carauari, Benjamin Constant, Autazes, Humaitá e Boca do Acre.

De acordo com o TSE, o Amazonas tem hoje 2.427.435 eleitores aptos a votar.

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